Migrantes encontrados em barco ao largo de Itália morreram de sede

Migrantes encontrados em barco ao largo de Itália morreram de sede. A embarcação, à deriva com 674 migrantes, foi resgatada no sábado, 124 milhas ao largo da Calábria por um navio mercante, três barcos patrulha da Guarda Costeira e uma unidade da Guardia di Finanza, que encontraram também os cinco corpos sem vida a bordo. Devido ao calor intenso e à falta de água potável, « muitos dos migrantes adoeceram e disseram ter visto os seus companheiros de viagem morrer devido ao calor e à desidratação, já que tiveram de beber até água do mar e do motor ». Os migrantes foram também espancados « com paus e cintos ».

 

facebook sharing buttonAlfa/ com Lusa (adaptação Alfa)
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whatsapp sharing buttonOs cinco migrantes encontrados mortos num barco de pesca à deriva resgatado pela guarda costeira italiana morreram de sede depois de a água potável ter sido racionada pelos traficantes que organizaram a viagem.

 

Cinco suspeitos foram ontem detidos por ordem do Ministério Público em Messina, Sicília, no sul de Itália.

« Durante a travessia, os recursos hídricos e alimentares foram racionados de forma desumana, ao ponto de os migrantes serem obrigados a partilhar uma chávena de café cheia de água entre dez pessoas », referiu, num comunicado, o Ministério Público, pormenorizando as condições em que as 674 pessoas resgatadas do barco de pesca viajaram.

Os migrantes foram também espancados « com paus e cintos ».

Devido ao calor intenso e à falta de água potável, « muitos dos migrantes adoeceram e disseram ter visto os seus companheiros de viagem morrer devido ao calor e à desidratação, já que tiveram de beber até água do mar e do motor ».

Segundo a mesma nota, os membros da tripulação nomearam um migrante para gerir e racionar o abastecimento de água potável, que era espancado se recusasse, « com a consequência adicional para os migrantes de sofrer mais racionamento progressivo de água potável ».

Os migrantes também relataram que tinham deixado a Líbia após um mês numa « casa de passagem », local de trânsito onde os migrantes são mantidos encarcerados, e que durante a travessia a tripulação desligou subitamente os motores e pediu ajuda com um dispositivo de ligação por satélite, atirado depois borda fora.

A embarcação, à deriva com 674 migrantes, foi resgatada no sábado, 124 milhas ao largo da Calábria por um navio mercante, três barcos patrulha da Guarda Costeira e uma unidade da Guardia di Finanza, que encontraram também os cinco corpos sem vida a bordo.

Os resgatados, muitos deles da água, foram transferidos por um navio da Guarda Costeira para Messina, Syracuse, Catania e Crotone, após uma operação de salvamento que envolveu também um avião de patrulha da Marinha e um avião Frontex.

Milhares de migrantes chegaram nos últimos dias em pequenas embarcações à costa italiana e cerca de mil esperam para desembarcar após serem resgatados pelos navios humanitários Ocean Viking e Sea Watch3.

O centro de acolhimento na ilha de Lampedusa está novamente sobrelotado, com mais de 1600 pessoas, quando a sua capacidade é de cerca de 350, e o Ministério do Interior anunciou o envio de um navio para descongestionar o centro, apenas uma semana após uma operação semelhante para resolver o excesso de migrantes e o estado de abandono do local, com cerca de 2000 pessoas e muito lixo acumulado.

De acordo com o Ministério do Interior de Itália, mais de 34 mil pessoas chegaram à costa do país desde o princípio do ano, enquanto no ano passado, em igual período, desembarcaram em Itália 25 mil pessoas.

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