Milhares de golfinhos feridos estão a dar à costa atlântica em França

Milhares de golfinhos estão a dar à costa atlântica em França

ALAIN LE BOT/GETTY

Ambientalistas referem que o número de animais que aparecem gravemanete feridos e mutilados está aumentar a um ritmo alarmante. Pesca de arrastão será a causadora do massacre.

Alfa/Expresso

Um número recorde de golfinhos tem aparecido na costa francesa do Atlântico durante os últimos três meses. Ambientalistas que investigam a situação revelaram que os animais dão à costa seriamente feridos e mutilados, de acordo com o jornal britânico « The Guardian ».

As estimativas indicam que desde janeiro de 2019 terão aparecido 1.100 golfinhos naquelas condições, mas há quem aponte para uma quantidade muito superior de golfinhos mortos, equivalente a dez vezes aquela soma. Perante a dimensão do fenómeno, há já quem alerte para o risco de extinção deste cetáceos na região.

A causa do massacre dos golfinhos estará na prática da pesca de arrastão no alto mar, sobretudo de espécies como o robalo, quando duas embarcações puxam uma rede colocada entre si. Os animais, de acordo com as autópsias efetuadas, sofrem graves lesões ao tentarem libertar-se das redes em que são apanhados e os próprios membros das tripulações dos barcos de pesca serão os causadores de muitos dos ferimentos ao tentarem desenredar os cetáceos.

Lamya Essemlali, presidente da organização ecológica Sea Shepherd, afirma que o número de animais mortos naquelas circunstâncias possa situar-se entre 6.500 e 10.000 por ano. Os golfinhos precisam de ascender à superfície do mar para conseguirem respirar, pelo que ficarem presos numa rede de pesca significa um elevado risco de morte por asfixia.

Aquele ativista referiu que o número de golfinhos mortos desta forma tem aumentado ao longo dos anos mais recentes, mas acrescentou que a taxa de crescimento dos óbitos está agora num nível alarmante. As organizações ambientalistas estão a apelar ao Governo francês para que reforce a vigilância dos barcos que fazem a pesca de arrastão, mas queixam-se de que os alertas têm caído em saco roto.

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