Moratória sobre crédito à habitação também vai ser alargada aos emigrantes
« Medida será fechada nos próximos dias », informa a rádio TSF.
A moratória sobre o crédito à habitação vai ser alargada aos emigrantes. A medida será fechada nos próximos dias, correspondendo à reivindicação dos portugueses que trabalham no estrangeiro mas que têm empréstimos junto da banca para o pagamento de casas em Portugal.
Foi uma das novidades dadas esta segunda-feira à noite pelo presidente da Associação Portuguesa de Bancos. Faria de Oliveira declarou também que, muito em breve, vai avançar a moratória aos créditos ao consumo.
No entanto, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos portugueses admite que nem tudo tem funcionado bem no financiamento às empresas, no âmbito das linhas de crédito que o Governo acertou com a banca. Faria de Oliveira reconheceu que é preciso agilizar esses procedimentos.
« Inicialmente houve algumas dificuldades de natureza processual e burocrática. Nas novas linhas que vão ser anunciadas em breve espero que este tipo de problemas seja facilitado. Os bancos estão a levar cerca de dois, três dias a fazer a sua aprovação inicial, o que é muito bom », reconheceu o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.
Nesta entrevista, Faria de Oliveira também foi questionado sobre a possibilidade de os bancos virem a fechar o ano com lucros e vem, a propósito, lembrar que Rui Rio declarou que, se isso acontecesse, seria uma vergonha. Na sua opinião dificilmente o setor terá margem para gerar dividendos.
« Neste momento vivemos uma situação única, isto é muito mais que uma recessão. Ter, como tivemos nestes três meses, uma queda de 20% do produto é praticamente inimaginável, é algo de novo, uma bomba. Portanto, não pode deixar de afetar o sistema bancário », afirmou Faria de Oliveira.
Faria de Oliveira respondeu ainda à iniciativa do PCP, que esta segunda-feira deu entrada na Assembleia da República a um projeto de lei que proíbe a aplicação de juros, spreads e outros encargos às linhas de apoio à economia lançadas pelo Governo para responder à pandemia de Covid-19. O representante do setor bancário considera que os comunistas desejam criar o que será uma redundância.
« Compreendo que a taxa de juro possa parecer alta, mas corresponde à cobertura de custos pelo sistema bancário com o acréscimo da garantia mútua concedida pela sociedade. É absolutamente marginal para o sistema bancário. A marginalidade é na ordem de 0,1 ou 0,2%, é completamente marginal », acrescentou o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.