Morreu Celeste Caeiro, a mulher que começou a distribuir cravos aos militares, em 25 de Abril

Foto do Exército Português

Morreu nesta sexta-feira, aos 91 anos, Celeste Caeiro, a mulher que começou a distribuir cravos aos militares, em 25 de Abril de 1974. 

A notícia foi confirmada a alguns jornais por fontes familiares. No fundo, como escreve o jornal Expresso, Celeste Caeiro foi a mulher que transformou o 25 de Abril na Revolução dos Cravos.

Carol, uma neta, publicou esta foto de homenagem à avó numa rede social, com este comentário: Para sempre a minha Avó Celeste, Olha por mim

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Extrato de um despacho da Lusa sobre a « história dos Cravos ».

 

« Há muita gente que ainda pensa que foi uma florista [que deu um cravo a um soldado], mas a minha avó não era florista », afirmou a neta à agência Lusa, referindo que Celeste trabalhava num ‘self-service’ no edifício Franjinhas, na Rua Braamcamp, em Lisboa.

Com a mãe e uma filha de cinco anos a seu cargo, e a viver numa « casa humilde, sem rádio e sem televisão », só quando chegou ao trabalho, no dia 25 de Abril de 1974, é que Celeste soube que estava a haver uma revolução.

Nesse dia, o ‘self-service’, que completava um ano, não iria abrir portas, e o patrão, « que tinha mandado comprar cravos para oferecer aos clientes e decorar o espaço, disse aos funcionários que levassem um ramo cada um ».

Celeste pegou no seu ramo de cravos – « vermelhos e brancos » – e rumou ao Rossio para ver « o que há tanto tempo esperava que acontecesse ».

Foi aí que perguntou a um soldado o que estavam ali a fazer e se precisava de alguma coisa.

O soldado, « de quem nunca soube a identidade, fez sinal de que queria um cigarro », e Celeste, que sofria dos pulmões e nunca fumou, deu-lhe antes um cravo, que o militar colocou no cano da arma e que acabaria por se tornar o símbolo da revolução.

A história de Celeste Caeiro, entrelaçada com aspetos políticos e sociais da época, foi contada num documentário da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, com argumento original de Vilma Reis e Roberto Faustino e produção de Tino Navarro e MGN Filmes Lisboa.

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