Morreu João Semedo (1951-2018). João Semedo foi operado, no início de 2015, a um cancro nas cordas vocais. Tinha 67 anos
O ex-coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo morreu esta terça-feira, aos 67 anos, depois de anos de uma batalha contra o cancro, revelou aquela estrutura partidária, através de uma nota de pesar publicada no site ‘Esquerda Net’.
Depois de iniciar a sua vida política no liceu, com a tragédia das cheias de 1967 e a mobilização estudantil que então ocorreu para apoiar as vítimas, alargou a sua atividade ao âmbito nacional e internacional, dedicou-se às artes e à medicina, tendo sido mesmo um dos autores da nova proposta de Lei de Bases da Saúde.
João Semedo assumiu que teve a vida que escolheu e a vida que quis, numa entrevista ao jornal ‘online’ Observador, em abril de 2017, onde reiterou que preferia a política à medicina, porque a política, disse na altura, trata « a sociedade mais do que as pessoas ».
Membro da direção do movimento cívico « Direito a morrer com dignidade », João Semedo nasceu a 20 de junho de 1951, em Lisboa, cidade onde frequentou o Liceu Camões e se veio a licenciar, na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1975. Vivia há mais de 40 anos no Porto.
Depois de um longo percurso como médico e político, lançou em janeiro de 2018, em conjunto com António Arnaut, o livro « Salvar o SNS – Uma nova lei de bases da Saúde para defender a democracia ».
João Semedo fundou, em 2003, com outros ex-dirigentes do PCP, o Movimento da Renovação Comunista. No ano seguinte, aceitou o convite de Miguel Portas para integrar como independente as listas do Bloco para o Parlamento Europeu.
A aproximação ao Bloco de Esquerda prosseguiu com a participação de João Semedo nas listas às legislativas pelo Porto e onde acaba por se tornar deputado, substituindo João Teixeira Lopes, em março de 2006.
Semedo aderiu ao Bloco de esquerda em 2007 e protagonizou candidaturas autárquicas em Gondomar (enquanto independente em 2005), Gaia (2009) e Lisboa (2013).
Entre 2012 e 2014 dirigiu o BE em conjunto com a atual coordenadora, Catarina Martins.
Em 2017, o antigo dirigente bloquista chegou a ser candidato do BE à Câmara do Porto, mas a doença acabaria por afastá-lo da corrida, sendo substituído por João Teixeira Lopes. Antes, em 2015, tinha já renunciado ao mandato de deputado por motivos de saúde.