Morreu o alemão Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel

O criador alemão Karl Lagerfeld, diretor criativo da casa francesa Chanel desde 1983, morreu hoje aos 85 anos de idade, segundo fontes próximas, citadas pela publicação especializada em moda WWD.

 

 

Karl Otto Lagerfeld, que nasceu em Hamburgo em 10 de setembro de 1933 e morreu em Paris aos 85 anos, era atualmente o diretor criativo da Chanel e da casa de moda italiana Fendi. A sua morte foi entretanto confirmada pela casa francesa.

Lagerfeld, que dirigia também a marca em nome próprio, trabalhou praticamente até morrer, supervisionando as suas equipas na criação da coleção de pronto-a-vestir da Fendi para o próximo outono/inverno, que deverá ser apresentada na quinta-feira em Milão.

Em janeiro, não apareceu no final do desfile da coleção de Alta Costura da Chanel, em Paris, algo que aconteceu pela primeira vez, desde que assumiu a direção criativa da marca.

Em 1954, Karl Lagerfeld venceu o concurso organizado pelo Secrétariat de la Laine, ex-aequo com Yves Saint Laurent (que morreu em 2008), de quem se tornou amigo. Depois disso, Pierre Balmain contratou-o. Karl Lagerfeld ficou três anos na casa Balmain, até se tornar diretor criativo da Jean Patou.

No início da década de 1960, começou a trabalhar como designer independente de moda, fazendo criações para várias casas de moda em simultâneo.

“Sou o primeiro a fazer nome com um nome que não era seu. Devo ter uma mentalidade de mercenário”, disse.

Em 1964, Karl Lagerfeld começou a trabalhar com a Chloe, relação que se manteve durante vinte anos, um ano antes do início da sua relação com a Fendi.

Para o público em geral, o nome do criador alemão mantém-se indissociável da Chanel, casa para onde entrou em 1983 como diretor criativo, cargo que manteve até morrer.

Na altura em que entrou na Chanel, a marca estava em declínio e Karl Lagerfeld conseguiu torná-la de novo jovem e desejada.

Ao longo de 30 anos, foi reinventando a Chanel a cada estação. As coleções foram apresentadas em cenários que reconstituiam supermercados, galerias de arte ou a rua, algo que tornava os desfiles um sucesso nas redes sociais.

Quando criou a ‘KARL LAGERFELD’, em 1984, manteve as colaborações com a Chanel e a Fendi. Além de roupa, criou também acessórios e gadgets aos quais aplicou a sua própria imagem – rabo de cavalo, grandes óculos escuros pretos e golas elevadas – que se tornou um logotipo.

Entre outras colaborações, com marcas como a Wolford, a Diesel, a Volkswagen ou a Coca-Cola, destaca-se a relação com a H&M: o alemão foi o primeiro designer de moda de renome a ser convidado pela marca sueca, para criar uma coleção cápsula, composta por 30 peças e posta à venda em 2004.

No final da década de 1980 passou para o outro lado das câmaras, ao começar a fotografar as suas campanhas.

Em 1999, abriu uma livraria em Paris, a 7L e, um ano depois, lançou a editora literária Editions L7, especializada em fotografia, em particular.

A sua mudança de visual, no início da década de 2000, com a perda de 42 quilos, levou-o a publicar um livro “The 3D Diet”, que, de acordo com informação divulgada no ‘site’ de Karl Lagerfels, “vendou dezenas de milhares de cópias em todo o mundo”.

Na altura, afirmou que tinha perdido tanto peso para ter “uma boa cintura” e conseguir entrar nas peças criadas por Hedi Slimane.

Mais recentemente, em 2017, desenhou duas suites do Hôtel de Crillon, em Paris, e, no ano passado, um hotel de seis estrelas, com 290 quartos, em Macau.

Alfa/Lusa.

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