O cantor argelino Rachid Taha morreu na terça-feira à noite, vítima de uma crise cardíaca, anunciou esta quarta-feira a família do músico residente em Paris.
« O seu filho Lyes, a sua família e os seus próximos, todos os seus amigos e a sua editora Naïve, lamentam anunciar com imensa tristeza a morte do artista Rachid Taha, depois de uma paragem cardíaca esta noite na sua casa em Lilas”, perto de Paris, indicou o comunicado enviado à AFP.
Um dos responsáveis pela introdução do género argelino raï em estilos como o rock, Rachid Taha nasceu em 18 de setembro de 1959 na cidade de Sig, perto de Orão, em plena guerra de independência da Argélia perante a França, país para onde se mudou com os pais quando tinha 10 anos.
Segundo a biografia disponível na página oficial de Facebook, Taha aprendeu a escrever e falar árabe formal pouco depois da mudança, em particular através da escuta das canções da egípcia Umm Kalthoum, um dos maiores ícones da música de língua árabe do século XX.
Taha formou, em 1981, a banda Carte de Sejour, que ficará recordada pela versão da canção “Douce France” (original de 1943 criado para apoiar os prisioneiros franceses durante a ocupação Nazi), que é encarada como “uma tomada de posição radical dos jovens franco-magrebinos, adeptos do que se chama ‘rock árabe’”, como escrevia o historiador Philippe Hanus, em 2015, na revista académica Volume!.
A banda separou-se em 1989 e Taha lançou o primeiro disco a solo dois anos depois, sob o título “Barbès”.
Músico que mais tarde se veio a afirmar como “totalmente francês”, Taha referia-se ocasionalmente à herança da “rainha” do raï argelino, Cheika Rimitti, tendo sido autor de uma renovação do popular tema « Ya Rayah ».
Alfa/AFP/TVI24.