O cantor Roberto Leal morreu na madrugada de hoje em São Paulo, no Brasil, disse à agência Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
“Queria dizer que se trata de uma perda profunda para a comunidade portuguesa, para a que vive no Brasil e mais especificamente em São Paulo”, disse à Lusa José Luís Carneiro, adiantando que Roberto Leal era um símbolo da simbiose entre a música tradicional e popular portuguesas e as várias manifestações culturais existentes no Brasil.
Em declarações à Lusa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas recordou uma conversa que teve recentemente com o cantor, que lhe contou o seu percurso de vida.
Para José Luís Carneiro, a história de vida de Roberto Leal revela um homem determinado que viveu o preconceito quando chegou ao Brasil, tendo conseguido impor-se.
“Conseguiu afirmar-se pelo seu mérito e trabalho e ganhar respeito da comunidade brasileira e o respeito e admiração de muitos portugueses de diferentes gerações que estão atentos à sua criação cultural e artística”, disse.
José Luís Carneiro considera que Roberto Leal é um símbolo de uma geração de portugueses que saíram do país na década de 50 e 60, viveram muitas dificuldades e conseguiram vencer o preconceito tornando-se um exemplo em vários planos.
O secretário de Estado disse ainda ter apresentado as condolências do governo português à família do cantor, que considera ser “um símbolo para os que passaram as mesmas dificuldades e conseguiram vencer todos os obstáculos”.
O cantor Roberto Leal – nome artístico de António Joaquim Fernandes – emigrou para o Brasil aos 11 anos, em 1962, juntamente com os pais e nove irmãos.
Em São Paulo, após trabalhar como sapateiro e vendedor de doces, iniciou a carreira de cantor.
Roberto Leal tinha 67 anos e foi vítima de um cancro.
Alfa/Lusa/Sic.