(Foto de abertura, Lourdes Castro com Daniel Ribeiro, autor deste artigo, numa recente exposição privada em Paris, a sua última na capital francesa)
Morreu ontem na Madeira, de onde era natural, a artista plástica Lourdes Castro, uma das mais importantes da arte portuguesa contemporânea. Viveu até ao início dos anos 1980 em Paris, de onde partiu então para a Madeira. Tinha 91 anos.
Deixa uma obra marcada pelas sombras e a luz e também pela natureza. Era uma mulher simples, notável e extradordinária, com uma obra a um tempo complexa e inovadora. A vida dela confundia-se com a sua arte, constituiam como que um todo. Ficámos amigos desde que a encontrei na capital francesa pouco antes de ela partir para a ilha da Madeira.
A artista madeirense foi galardoada com a Medalha de Mérito da Cultura em 2020 pelo « contributo incontestável » para a cultura portuguesa.
Nascida em 1930 no Funchal, ilha da Madeira, Lourdes Castro estudou pintura na Escola Superior de Belas Artes, em Lisboa, e viveu na Alemanha e em França, onde foi uma das fundadoras da revista “KWY”, um título composto por três letras que não existiam, na época, no alfabeto português.
Há obras dela espalhadas por diversos países, em coleções públicas e privadas, incluindo, naturalmente, Portugal e França.