Movimento associativo nas comunidades portuguesas atrai poucos jovens – secretário de Estado

José Cesário. Emigrantes de meios urbanos menos ligados ao associativismo são desafio na diáspora (Foto Ilustração).

Movimento associativo nas comunidades portuguesas atrai poucos jovens – secretário de Estado

 

O secretário de Estado José Cesário lamentou hoje, em Macau, o fraco envolvimento de jovens no movimento associativo das várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, defendendo a importância da atuação dos mais novos.

« Também senti [em Macau] que é muito importante encontrarmos forma de despertar, de mobilizar alguns novos quadros, particularmente lusodescendentes e mais jovens, que se possam envolver na vida comunitária », disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que finalizou hoje uma visita de três dias à região semiautónoma chinesa.

A dificuldade em atrair as camadas mais jovens para participarem na vida da comunidade, explicou o secretário de Estado, prende-se com « uma diferença de postura, em termos culturais, das novas gerações em relação ao associativismo ».

« Por exemplo, nós temos fluxos migratórios por muitos países hoje onde não há uma única estrutura associativa. São comunidades que primam pelo individualismo e por outras formas de aproximação uns com os outros, que não são as tradicionais », indicou.

Em países como a Noruega, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos ou muitas zonas do Reino Unido, exemplificou o responsável, « não há associações » e « muitas pessoas nem sequer contactam, o que as torna mais frágeis, no caso de haver um problema ».

Em consequência, também é mais difícil por parte das autoridades chegarem a estes grupos.

« Como é que nós conseguimos definir um plano, por exemplo, de permanências consulares num local destes, se nós não temos pontos de encontro com a comunidade? Se nós não sabemos onde é que ela está? Isto é um problema seríssimo », considerou.

No caso de Macau, o responsável, que ocupa pela quarta vez o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, traça um cenário otimista, com « mais gente, mais nova », nas instituições que contactou durante a visita.

No entanto, há que repensar o futuro das estruturas da comunidade, declarou, considerando este um « problema de fundo » transversal a todas as geografias onde está estabelecida a emigração portuguesa.

José Cesário termina hoje uma visita de cinco dias à região, que incluiu ainda uma passagem por Cantão, na província chinesa de Guangdong, e Hong Kong.

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