Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro
Face à fraca mobilização – números do ministério do Interior apontavam para 2600 “coletes” nas ruas, ao início da tarde deste sábado, em toda em toda a França, 1300 dos quais em Paris – alguns comentadores prevêm o fim do movimento, a curto prazo.
A agência France Presse contabilizava neste sábado, à mesma hora, cerca de dois mil manifestantes nas ruas de Paris. No sábado passado, o ministério do Interior indicava que, às 14 horas locais, desfilavam em toda a França 3200 pessoas, 1200 das quais na capital.
No sábado passado o Governo contabilizou 12500 manifestantes em todo o território.
As manifestações dos que alguns chamam “os irredutíveis” decorriam sem graves incidentes até meio da tarde de hoje.
A mobilização tem decrescido nos últimos sábados e os resultados das eleições europeias do passado domingo, nas quais o partido do Presidente Macron chegou em segundo a 0,9 pontos do de Marine le Pen, poderão ter alguma influência negativa junto dos apoiantes do movimento.
Jérôme Rodrigues, luso-francês e uma das principais figuras do movimento, indicava este sábado que permanecem as razões para continuarem a manifestar-se, designadamente porque o poder de compra das camadas populares continua em baixa. Outros conhecidos militantes acrescentavam que as manifestações continuarão até pelo menos ao dia nacional francês, a 14 de julho. Alguns diziam pretender prosseguir até 17 de novembro, data em que a “revolta amarela” fará um ano.
Jérôme Rodrigues, que perdeu um olho numa das manifestações, em Paris, é um dos “mutilados” e, tal como outros que ficaram gravemente feridos durante os confrontos muito violentos que têm marcado os protestos, apela a um desfile – “marcha dos mutilados” – este domingo, na capital.
Esta nova manifestação vai decorrer depois do procurador de Paris ter assegurado, esta semana, que agentes policiais serão julgados por atos violentos contra manifestantes.
Desde o início do movimento, há mais de seis meses, 2448 pessoas foram feridas do lado dos “coletes” e 1797 do lado das forças da ordem, segundo números oficiais.
Na foto, Jérôme Rodrigues: