Mais de 130 crianças nasceram de mães com SARS-CoV-2, mas só uma foi contagiada in utero
Nasceu o primeiro bebé infetado em Portugal
Um texto de CHRISTIANA MARTINS que pode ler na íntegra no Expresso
Extrato do trabalho:
A primeira criança em Portugal a ter sido infetada durante a gravidez nasceu há cerca de 15 dias no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. A menina nasceu prematura com 34 semanas e dois dias e apresentava sintomas graves associados à covid-19, nomeadamente pneumonia e falta de ar, tendo sido ventilada e internada nos cuidados intensivos, onde ainda se encontra. Embora esteja a recuperar, continua a testar positivo para a presença do vírus SARS CoV-2. A mãe também está internada.
Em todo o mundo não se conhecem mais de uma dezena de casos de transmissão in utero do novo coronavírus. O caso português, que está a ser acompanhado pelo Instituto Ricardo Jorge, será em breve publicado numa revista internacional da especialidade. “Temos provas de que houve transmissão vertical congénita in utero, através de uma amostra de sangue retirada da criança, muito pouco tempo após o nascimento”, explicou ao Expresso Rita Perez, médica e presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, de que faz parte o São Francisco Xavier.
Naquela unidade, nasceram, além desta, mais 13 crianças de mães com SARS CoV-2. Em todo o país são já mais de 130 os bebés de mães infetadas e mais nenhum nasceu com a doença. A grande maioria das mães não apresentava qualquer sintomatologia no momento do parto.
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DE MÃE PARA FILHO
A semana ficou marcada justamente pela divulgação de um estudo francês que aponta para a possibilidade de transmissão do SARS CoV-2 de mãe para filho, durante a gravidez. A investigação, publicada na revista “Nature Communications”, frisa, contudo, a raridade da situação.
No caso citado, registado num hospital de Paris, a mãe de 23 anos tinha sido diagnosticada com covid-19 em março. O vírus foi detetado em maior quantidade no tecido da placenta e acabou por ser encontrado no sangue do recém-nascido, que desenvolveu sinais de inflamação no cérebro. No artigo explica-se que a grávida, então com 35 semanas de gestação, terá chegado ao Hospital Paris-Saclay com sintomas de tosse e febre, tendo testado positivo para o novo coronavírus. A situação do feto entretanto agravou-se, o que obrigou a equipa médica a avançar com uma cesariana de emergência. O bebé chegou a ter de ser ventilado por algumas horas, mas, passados três meses, está a recuperar clinicamente.
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