Alfa/ com Expresso e DN (adaptação Alfa)
Natalidade seria mais baixa sem a comunidade imigrante: “A nossa população começaria a decrescer rapidamente”.
Nunca nasceram tão poucas crianças em Portugal como no último ano. Cenário só não é mais dramático graças à comunidade migrante. O sociólogo Pedro Góis, investigador da Universidade de Coimbra, alerta (também) para a importância de se olhar « para lá dos nascimentos ».
Sociólogo da Universidade de Coimbra diz que “desde há uns anos cerca de 10% dos nascidos em Portugal têm mãe estrangeira”
Em 2021, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Portugal registou menos de 80 mil nascimentos. O que, de acordo com a Pordata, significa que por cada mil residentes nascem apenas oito crianças. Contudo, como alerta o sociólogo numa entrevista ao DN, o cenário só não é mais dramático graças à comunidade migrante.
“Sem imigração, a nossa população começaria a decrescer muito rapidamente”, diz. “Desde há uns anos que cerca de 10% dos nascidos em Portugal têm mãe estrangeira”, refere o docente da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais (CES). Este valor tem sido mais ou menos constante: “Decresce um pouco e logo a seguir tende a recuperar um bocadinho”.
“Podíamos dizer que eles salvam um pouco a demografia nacional, mas só se eles ficarem. Se eles nascerem cá, mas passado algum tempo regressarem ao país de origem dos pais, ou forem para outros países, o seu contributo é apenas momentâneo”, afirma.