Donativos milionários prometidos para a Notre-Dame ainda não foram entregues. Filantropos e empresas prometeram mais de 800 milhões de euros para a reconstrução do edifício, mas apenas 9% das verbas foram recebidas até ao momento. “Eles querem saber exactamente em que é que o dinheiro vai ser gasto”, diz assessor de imprensa da catedral.
Alfa/resumo de um artigo do Público
« As imagens de uma Notre-Dame em chamas impressionaram o mundo. Mais do que um edifício, perdiam-se mais de 850 anos de História. De imediato, filantropos, multimilionários e empresas juntaram esforços e prometeram doar mais de 800 milhões de euros para a reconstrução do monumento. Mas dois meses após o incêndio, apenas 9% desses donativos foram efectivamente recebidos. A informação foi avançada pelo Ministério da Cultura francês, esta sexta-feira. Os cerca de 80 milhões de euros já recebidos são fruto, principalmente, de pequenas contribuições feitas por cidadãos particulares », escreve o jornal Público.
“Os grandes doadores não pagaram. Nem um centavo”, afirmou Andre Finot, assessor de imprensa em Notre-Dame, citado pela Bloomberg. “Eles querem saber exactamente em que é que o dinheiro deles vai ser gasto e se concordam com isso antes de o entregar”, prosseguiu.
As famílias Bettencourt-Meyers, Bernard Arnault e François-Henri Pinault, três das mais ricas de França e do mundo, anunciaram donativos que ascendem aos 500 milhões de euros. Mas de acordo com Andre Finot, essa verba ainda não foi recebida.
Michel Picaud, presidente do grupo, disse à Bloomberg que 90% dos donativos que recebeu — e que permitirão a continuação da empreitada — vêm dos Estados Unidos. “Os norte-americanos são muito generosos para com Notre-Dame, o monumento é muito amado na América”, explicou .
Olivier de Challus, um dos especialistas de arquitectura da catedral, diz à Associated Press que uma das razões pelas quais os milionários franceses ainda não efectivaram os donativos se relaciona com incertezas em torno dos trabalhos de reconstrução. De acordo com o arquitecto, a equipa de reconstrução está ainda a tentar avaliar os estragos que o fogo causou no edifício do séc.XIII, procurando saber se as estruturas ficaram ou não irreversivelmente comprometidas.
“Não interessa se os grandes dadores ainda não entregaram o dinheiro, porque as principais decisões arquitectónicas apenas acontecerão no final de 2020. É nesse momento que grandes verbas monetárias serão precisas”, desdramatizou.