Novo Banco vendeu 5 mil imóveis a fundo anónimo e recebeu compensação do Estado pelas perdas

Novo Banco vendeu 5 mil imóveis a fundo anónimo e recebeu compensação do Estado pelas perdas

Novo Banco

TIAGO MIRANDA

O Novo Banco pediu que o Fundo de Resolução cobrisse parte das perdas que teve no negócio — cerca de 260 milhões de euros

Alfa/ com Expresso e outros. Notícia com base num artigo do jornal Público

A 10 de outubro de 2018, o Novo Banco anunciou a venda de um conjunto de 5.552 imóveis, compostos por 8.719 fracções, que batizou de Portfólio Viriato, a um fundo de investimento sediado nas ilhas Caimão cuja identidade dos proprietários é desconhecida. Este negócio gerou perdas que foram depois compensadas pelo Fundo de Resolução, conta o “Público” esta terça-feira.

As casas e terrenos foram vendidas muito abaixo do preço por que estavam avaliados. Para o Novo Banco, valiam 631 milhões de euros. Mas foram vendidas por 364 milhões. Nas palavras da deputada independente do PS, Helena Roseta, a 13 de março de 2019 no Parlamento: foram “uma pechincha”.

Segundo o “Público”, este foi o maior negócio imobiliário realizado em Portugal nos últimos anos, e o segundo maior da Península Ibérica.

O diferencial de preços, entre o seu valor estimado e o valor real da venda, foi colmatado por uma ajuda extra. O Fundo de Resolução, criado em 2012, que auxiliou a resolução do BES, compromete-se a injectar dinheiro sempre que as contas do Novo Banco fiquem ameaçadas.

O Novo Banco pediu que o Fundo de Resolução cobrisse parte das perdas que teve no negócio — cerca de 260 milhões de euros.

No que respeita a reações, esta notícia está a provocar escândalo em Portugal. Partidos e primeiro-ministro querem investigação à venda de ativos do Novo Banco. Rui Rio diz que é « o tempo do Ministério Público ». Bloco e PCP acompanham suspeitas sobre a legalidade destas operações, mas não esquecem responsabilidade do Governo na venda do Novo Banco.

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