Manifestantes tentam entrar na Assembleia Nacional e no Senado. É o 13º sábado consecutivo de manifestações e de violência em Paris, que já contabiliza diversos feridos. Presidente Emmanuel Macron procura desesperadamente solução para acalmar a França
Treze semanas de manifestações e de violências, treze sábados consecutivos de guerrilha urbana, mais de três mil feridos (dezenas muito graves), 11 mortos (em acidentes relacionados com o movimento), centenas de detidos.
Ao início da tarde deste sábado decorriam manifestações muito tensas dos coletes amarelos em Paris e diversas grandes e pequenas cidades da província.
Na capital, manifestantes mais radicais tentaram entrar na Assembleia Nacional e no Senado e, às 14 horas locais (13 horas em Lisboa), já eram contabilizados diversos feridos em confrontos com a polícia.
À semelhança de sábados anteriores, mobiliário urbano foi destruído e numerosas fachadas de bancos e de seguradoras foram vandalizadas.
Maioria de franceses apoia « coletes »
Apesar da violência, as últimas sondagens são esclarecedoras: mais de 60 por cento dos franceses continuam a dizer que simpatizam com o movimento nascido na internet em novembro de 2018 contra os impostos e pelo aumento do poder de compra.
É aqui, no forte apoio popular aos “coletes”, que reside o principal problema do Presidente Emmanuel Macron: não conseguiu resolver a crise com cedências de 11 mil milhões às suas reivindicações nem, a seguir, com o endurecimento da repressão, que provocou várias feridos graves.
Agora, visivelmente, também não o está a conseguir resolver com o “Grande Debate Nacional » que lançou há algumas semanas. O próprio Macron desceu ao terreno para este “debate”. Vai duas vezes por semana às regiões discutir com franceses à média de seis horas por sessão, mas não consegue travar a revolta, muito violenta, nas ruas, todos os sábados.
Ao início da tarde de hoje, decorriam diversas manifestações em Paris e noutras cidades, num clima de enorme tensão.
Na capital, os problemas principais verificavam-se na zona da Torre Eiffel e também no Quartier Latin e na praça da Bolsa.