É a Volta à França em bicicleta. É genial. Desde miúdo, quando ainda estava em Portugal, sempre adorei seguir o « Tour ».
O « doping » sempre esteve presente e é um problema real. Mas, apesar disso, o pessoal que se habituou a seguir a corrida nunca desligará do « Tour ».
É uma competição com acesso gratuito, é uma festa, e os espetadores « dopam-se » com coisas diferentes de muitos ciclistas: com passeeios e sestas em encostas montanhosas, com piqueniques na relva, à beira das estradas, descontraídos com a família e amigos, comendo salpicão seco ou com alho e bebendo vinho fresco e cerveja.
Comem, bebem, convivem e todos vêem, entusiasmados, o colorido pelotão passar, num ápice, ao lado deles.
O « Tour » é uma grande festa popular e ecológica e, neste aspeto, é incomparavelmente melhor, sem dúvida, do que as corridas de Fórmula1 ou os jogos de um grande torneio de Ténis ou de Futebol.
Na Volta à França respira-se ar puro, assiste-se gratuitamente a combates épicos entre os ciclistas e entre cada um e as gigantescas dificuldades que eles, um a um, encontram na estrada.
Qiando chega à alta montanha, o « Tour » atinge a dimensão épica. Os ciclistas passam então a autênticos heróis em luta corpo a corpo com si próprios e com as escarpas, em esforço total, titânico.
Nem o « doping » dará um dia cabo do « Tour ». Porque a Volta à França é e será sempre de uma beleza sem par.
Viva o « Tour » de França.
(Daniel Ribeiro, diretor de antena da Rádio Alfa)