Amigos de Olivença louvam ministro da Defesa por afirmar soberania portuguesa
O presidente do Grupo dos Amigos de Olivença (GAO) louvou hoje as palavras do ministro da Defesa, Nuno Melo, que afirmou publicamente a soberania do Estado português sobre esse território fronteiriço que está sob administração espanhola.
“Estamos muito agradados, satisfeitos, e o Grupo dos Amigos de Olivença louva as palavras do ministro da Defesa, que vão ao encontro da posição do Estado português”, que reclama o cumprimento dos tratados em que os dois países reconhecem a soberania de Portugal sobre esse território, afirmou Rui Carrilho.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do GAO disse saber que Nuno Melo “é um irredentista e um apaixonado pela causa” e destacou “o retorno” causado pelas declarações do ministro.
O ministro da Defesa Nacional disse hoje aos jornalistas, em Estremoz, no distrito de Évora, após presidir à cerimónia comemorativa do Dia do Regimento de Cavalaria N.º 3 (RC3) do Exército, que “Olivença é portuguesa”.
“Estamos supercontentes e supersatisfeitos. O retorno que temos tido dos associados e das pessoas em geral é ótimo, aqui nas redes sociais, toda a gente está a enviar ‘Whatsapp’ a mim e ao secretário-geral, porque não é uma pessoa qualquer, é o ministro da Defesa, numa cerimónia oficial, e ele basicamente vem afirmar aquilo que nós defendemos, que é que a soberania do território de Olivença é portuguesa”, sustentou.
Olivença é uma cidade na zona raiana reivindicada por direito por Portugal, desde o tratado de Alcanizes, em 1297, mas que Espanha anexou e mantém integrada na província de Badajoz, na comunidade autónoma da Estremadura, apesar de ter reconhecido a soberania portuguesa sobre a cidade quando subscreveu o Congresso de Viena, em 1817.
Rui Carrilho recordou que a posição do Estado português tem sido “sempre a mesma”, embora possa, “em determinadas alturas, em função das suscetibilidades políticas, reafirmar a posição” e os direitos do Estado português sobre esse território.
“Não está em causa a opinião dos oliventinos, porque a opinião dos oliventinos conta tanto como a minha ou como a sua. Nós não podemos acordar hoje de manhã com os vizinhos e definir a soberania da nossa rua ou da nossa vila”, considerou.
O presidente do GAO argumentou que, embora cada pessoa possa ter a sua posição, e “possam ser espanhóis, franceses ou de outras nacionalidades, o que está em causa é o território, é a soberania sobre o território”.
“E aquele território é tão português como é Peniche, como é Fafe, como é Vila Real de Santo António, como é outro território”, exemplificou.
O que o GAO exige é que o “Estado português se sente à mesa com o Estado espanhol para reivindicar aquilo que é seu e que inclusivamente o Estado espanhol se comprometeu a entregar”, afirmou Rui Carrilho.
Segundo o presidente do Grupo dos Amigos de Olivença, “o Estado espanhol tem perfeita noção de que não tem o direito à soberania daquele território”.
Alfa/ com Lusa (adaptação Alfa)