Organização britânica aponta Zoomarine de Albufeira como sítio a evitar

O parque aquático Zoomarine, em Albufeira, está entre 12 zoológicos e parques que uma organização de defesa de animais britânica aconselha os turistas a evitar, apontando práticas nocivas para os animais.

O ramo britânico da World Animal Protection divulgou um documento em que afirma que os animais mantidos nestes sítios de diversão estão sob « sofrimento atroz », referindo, entre outros, o caso do Zoomarine e dos espetáculos que promove, em que « os golfinhos são forçados a fazer acrobacias e a deixar que os treinadores façam ‘surf’ em cima deles ».

« Em vez de atuações públicas para fins comerciais, estes locais deviam eliminar estas atrações nocivas e oferecer em vez delas atividades enriquecedoras para os golfinhos, sem contacto direto com os visitantes e sem truques circenses », defende a organização.

Na mira do relatório, construído a partir de visitas efetuadas entre 2018 e 2019, em que os membros da organização assistiram aos espetáculos, estão parques semelhantes ao Zoomarine na Austrália, Estados Unidos e Singapura, e outros sítios onde há animais em cativeiro, num total de 12 instalações.

« No Zoomarine, em Portugal, os treinadores põem-se em cima do dorso dos golfinhos e ‘surfam-nos’ na água. O espetáculo também inclui os golfinhos a puxarem um pequeno barco onde estão crianças », refere-se no documento.

A World Animal Protection argumenta que « muitos dos comportamentos apresentados como ‘brincadeiras’ durante o espetáculo são na verdade manifestações de agressividade ou perturbação ».

Apela aos turistas britânicos a « tomarem uma posição, não visitando nem apoiando estes locais”.

O contacto direto com os visitantes pode sugerir que a interação com os golfinhos « é completamente segura para os humanos », quando se trata de « animais selvagens incrivelmente fortes que, quando perturbados, podem ser um risco para a segurança das pessoas », acrescenta.

Manter estes animais em cativeiro para garantir a sua conservação não é argumento, considera a World Animal Protection, porque a maioria das espécies mantidas nos aquários não está ameaçada.

Além de o cativeiro ser sempre « uma severa restrição ao bem-estar » dos animais, o treino para os truques que fazem nos espetáculos consiste em « métodos controversos » como « retirada de comida e estímulo social aos golfinhos para depois os usar como recompensas », acusa a organização.

A organização refere outros tipos de animais sujeitos a « atividades e exibições cruéis e degradantes », como « leões e tigres a fazerem truques e acrobacias em palco », elefantes obrigados a transportar turistas e primatas « explorados como adereços fotográficos ».

« Os locais incluídos nestes casos de estudo não representam os piores jardins zoológicos do mundo », refere-se no documento, mas estão ligados à Associação Mundial de Zoológicos e Aquários, cujas diretivas não estão a cumprir, apesar de « aspirarem a ser modernos e favoráveis ao bem-estar animal ».

Contactado pela agência Lusa, o Zoomarine declinou fazer qualquer comentário sobre as afirmações da World Animal Protection.

Alfa/Lusa.

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