« Os cartunistas portugueses vão beber de todas as fontes: somos completamente diferentes » – Nuno Saraiva

Nuno Saraiva em Lisboa. © Foto: Inês Leote
Nuno Saraiva em Lisboa. © Foto: Inês Leote

Nuno Saraiva é um renomado ilustrador, cartunista, autor de banda desenhada e professor português. O seu traço inconfundível e as suas cores elétricas marcam presença em múltiplos projetos artísticos.

Entrevista conduzida por Didier Caramalho no ALFA 10/13 do dia 03 de abril de 2025:

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Em parceria com Júlio Pinto, criou algumas das séries de banda desenhada mais icónicas da imprensa portuguesa, como Filosofia de Ponta, Arnaldo, o Pós-Cataléptico e A Guarda Abília. A primeira foi publicada originalmente em O Independente e posteriormente reunida em três volumes (1997). Dessa colaboração resultaram ainda os álbuns Arnaldo, Pós-Cataléptico (1999) e Guarda Abília (2000).

Nos últimos anos, Nuno Saraiva publicou várias obras que consolidaram a sua reputação no mundo editorial. Entre elas, destacam-se A Crise Explicada às Crianças, escrita por João Miguel Tavares e publicada pela Esfera dos Livros. Ilustrou também Caríssimas 40 Canções – Sérgio Godinho e as Canções dos Outros (Abysmo), Isto é um Assalto, em parceria com Francisco Louçã e Mariana Mortágua (Bertrand), e Aníbal Milhais – O Soldado Milhões, com texto de José Jorge Letria (Canal Logístico).

Para além da banda desenhada, Saraiva desempenha um papel importante no design gráfico de eventos culturais em Lisboa. Desde 2014, é o autor das imagens das Festas de Lisboa e participou na exposição Sardinha by Bordallo (Fábrica de Faiança Bordallo Pinheiro), onde criou a Sardinha do Golaço para celebrar a vitória da seleção portuguesa no Euro 2016.

O seu talento foi reconhecido em várias ocasiões. O livro Tudo Isto é Fado!, publicado pelo Museu do Fado, recebeu o prémio de « Melhor Banda Desenhada de 2016 » no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA). Em 2011, também tinha recebido o Prémio Stuart pela ilustração que fez para o Ipsilon (suplemento cultural do Público), A literatura portuguesa é má na cama. Em 2018, venceu o concurso de bolsas de criação literária na categoria de BD, atribuído por despacho do Ministro da Cultura e aprovado pelo Diretor-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.

Nos últimos anos, tem-se dedicado igualmente à pintura mural, tendo realizado cerca de seis obras espalhadas por Lisboa e arredores.

Didier Caramalho

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