O deputado socialista pelo círculo da Europa diz-se indignado na carta aberta, que enviou para a nossa redação.
A missiva é endereçada à embaixadora de França em Portugal, Héléne Farnaud-Defromont, a quem pede para entregar ao presidente do Partido Les Republicans, ao líder parlamentar do partido LR na Assembleia Nacional e à presidente do Grupo Parlamentar de Amizade França-Portugal na Assembleia Nacional francesa.
É « a manifestação da minha indignação contra o ataque racista do presidente de Tours Métropole Val de Loire, Frédéric Augis, ao maire de Fondettes, Cédric de Oliveira, francês de origem portuguesa, é também feita na minha qualidade de vice-presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-França », explica Paulo Pisco.
Na carta, Pisco diz que se tratou de uma « agressão racista » – (Augis chamou « sale portugais » ao autarca lusodescendente).
“Foi um mau exemplo e um ato de violência gratuita que não deve ter lugar nas nossas sociedades, que cada vez mais caem num extremismo tão nocivo para a democracia e para os valores republicanos que partilhamos”, escreve Paulo Pisco na carta aberta.
O deputado considerou que “as afirmações racistas” proferidas representam “uma ofensa, não somente a Cédric de Oliveira, mas também aos que lhe são próximos, aos seus amigos, a todos os franceses de origem portuguesa, a todos os portugueses, estejam na França ou espalhados pelo mundo”.
“Não entendo como entre portugueses e franceses, entre os seres humanos no geral, se possam dirigir afirmações racistas e xenófobas gratuitas como as que foram feitas por Frédéric Augis. Na qualidade de representante dos portugueses no estrangeiro, enquanto ser humano, eu próprio sinto-me ofendido”, acrescentou.
Paulo Pisco salientou que a “amizade entre Portugal e a França é indestrutível mas, apesar das desculpas do senhor Augis o mal está feito e a ferida está aberta, infelizmente correndo o risco de se repetir”.