Paulo Raimundo substitui Jerónimo de Sousa no cargo de secretário-geral do PCP

Paulo Raimundo substitui Jerónimo de Sousa no cargo de secretário-geral do PCP

 

Alfa/Lusa e PCP – foto (Manuel Almeida, Lusa)email sharing button
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whatsapp sharing buttonO dirigente comunista Paulo Raimundo, de 46 anos, vai substituir Jerónimo de Sousa como secretário-geral do PCP, anunciou ontem o partido.

 

Em nota biográfica divulgada pelo PCP, destaca-se que o dirigente comunista « começou como carpinteiro, foi padeiro e animador cultural na Associação Cristã da Mocidade na Bela Vista », realidades que « lhe permitiram medir o pulso às « contradições do dia-a-dia », como os baixos salários, a exploração e a precariedade, mas também a « camaradagem e solidariedade » entre os trabalhadores.

“Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, no prosseguimento de uma avaliação própria, refletindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha, mantendo-se como membro do Comité Central do PCP”, anunciou o PCP, em comunicado.

No seguimento da questão colocada por Jerónimo de Sousa e “concluída a auscultação” necessária, o Comité Central comunista propôs Paulo Raimundo para secretário-geral do PCP.

A proposta para novo líder vai ser votada em reunião da direção do Comité Central no dia 12 de novembro, após a conclusão dos trabalhos do primeiro dia da Conferência Nacional, que se realizará em Corroios, Seixal.

O PCP classifica Paulo Raimundo como um comunista de uma “geração mais jovem, com um percurso de vida marcado por uma experiência diversificada, com capacidade, inserção no coletivo” e que está “preparado para uma responsabilidade que associa a dimensão pública à ligação, contacto e identificação com os trabalhadores e as massas populares”, assim como com o PCP “as suas organizações e militantes.”

Jerónimo de Sousa, 75 anos, abandona a liderança do partido, após perto de 18 anos no cargo.

« Destaca-se, neste momento, a grande dedicação e empenho com que assumiu estas elevadas responsabilidades por um longo período, exemplo de compromisso com o ideal e projecto do PCP, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, da paz, da amizade e solidariedade entre os povos, bem como a disposição de prosseguir a sua acção militante », assinalou o PCP.

No comunicado, enviado pelo gabinete de imprensa comunista, a direção do PCP acrescenta que o partido « no quadro do seu funcionamento coletivo, com as responsabilidades individuais que lhe são inerentes » e « dotado das conclusões da Conferência Nacional, prosseguirá e intensificará a sua ação ».

O sucessor de Jerónimo aderiu à JCP em 1991 e ao PCP em 1994, passando a funcionário dez anos depois. Apenas dois anos depois de se filiar, é eleito membro do Comité Central e em 2016 sobe ao Secretariado. Em 2000, no XVI Congresso, é eleito para a Comissão Política do Comité Central comunista, acumulando a presença nos dois órgãos mais restritos da direção, ao lado de nomes como Jerónimo de Sousa, Francisco Lopes, Jorge Cordeiro e José Capucho.

Paulo Raimundo nasceu em Cascais, no distrito de Lisboa e os pais são naturais de Beja.

Estudos do novo líder comunista: os 5.º e 6.º anos foram concluídos graças à telescola, mas foi na Escola Secundária da Bela Vista, por altura do seu 10.º ano, que contactou com a política como integrante das listas para associação de estudantes. Acabou o 12.º ano à noite como trabalhador-estudante.

Paulo Raimundo passou a infância, desde os três anos, em Setúbal entre a vivência « de rua » e a acompanhar a mãe nos trabalhos na agricultura, nas limpezas e nas obras. Houve momentos em que chegou a trabalhar com a mãe na apanha do marisco, relata o PCP.

Reagindo à mudança nos comunistas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou a « cortesia institucional » e « cooperação institucional » de Jerónimo de Sousa como secretário-geral do PCP e desejou felicidades a Paulo Raimundo.

 

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