PJ acredita que Rui Pinto foi o denunciante dos Luanda Leaks – informa este sábado, 25, o jornal Público.
« Muitos dos documentos divulgados nos últimos dias fazem parte tanto do processo em que o hacker vai ser julgado como de outros inquéritos que ainda estão em investigação. Advogado francês de Rui Pinto é um dos fundadores da plataforma que recebeu os mais de 715 mil ficheiros dos Luanda Leaks », acrescenta o diário português.
« Os elementos da Polícia Judiciária (PJ) que continuam a investigar o pirata português Rui Pinto, que vai ser julgado por 90 crimes no primeiro processo em que é visado, acreditam que o hacker foi o denunciante por trás da fuga de informação de mais de 715 mil ficheiros conhecida como Luanda Leaks. Esse grande volume de dados foi partilhado com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (conhecido pela sigla inglesa ICIJ) através da PPLAAF, uma plataforma de protecção de denunciantes em África.
Na base da convicção dos investigadores está o facto de muitos dos documentos, que têm sido divulgados nos últimos dias pelos 31 órgãos de comunicação que integram o consórcio de jornalistas que investigou o caso, fazerem parte tanto do processo que está em julgamento como de outros inquéritos que ainda se mantêm em investigação. Os documentos estavam guardados nos dispositivos de armazenamento de dados – discos rígidos, pens, computadores – que foram apreendidos ao pirata português na Hungria e que as autoridades portuguesas já conseguiram aceder. Há, no entanto, muita informação que continua inacessível, já que a maior parte dos discos rígidos apreendidos estavam encriptados com um software que só muito dificilmente poderá ser aberto.
Outro dos argumentos apresentados pelos investigadores da PJ é o facto de um dos fundadores da PPLAAF ser William Bourdon, um dos advogados de Rui Pinto. Especializado na defesa de whistleblowers — tendo representado Edward Snowden, Hervé Falciani (SwissLeaks), Antoine Deltour (LuxLeaks) e Julian Assange (WikiLeaks) — o francês de 63 anos já veio várias vezes a Portugal visitar à cadeia o autor do Football Leaks. Assume actualmente o papel de presidente da PPLAAF, estando responsável pela supervisão e gestão das equipas da plataforma na África do Sul e França ».
(…) Leia mais em publico.pt