
O primeiro-ministro britânico defendeu hoje que os aliados devem continuar o apoio militar à Ucrânia e manter as sanções contra a Rússia enquanto trabalham numa « coligação » de países dispostos a integrar uma força de manutenção de paz.
Numa conferência de imprensa no final de uma cimeira que decorreu hoje em Londres, Keir Starmer afirmou que a comunidade internacional encontra-se « numa encruzilhada da história ».
« Este não é um momento para mais conversa. É tempo de agir, de assumir a liderança e de nos unirmos em torno de um novo plano para uma paz justa e duradoura », vincou.
Starmer confirmou que o Reino Unido, França, Ucrânia, juntamente com outros países que não especificou, estão a desenvolver um plano para um cessar-fogo que depois será apresentado aos Estados Unidos.
« O objetivo da reunião de hoje era unir os nossos parceiros em torno deste esforço para fortalecer a Ucrânia e apoiar uma paz justa e duradoura para o bem de todos nós. O nosso ponto de partida deve ser colocar a Ucrânia na posição mais forte possível, para que possa negociar a partir de uma posição de força, e estamos a reforçar o nosso apoio », salientou.
Starmer enumerou quatro conclusões, nomeadamente a manutenção do fluxo de ajuda militar e o aumento da pressão económica sobre a Rússia, além da posição de que a Ucrânia deve estar envolvida em quaisquer negociações para a paz.
« Em terceiro lugar, na eventualidade de um acordo de paz, continuaremos a reforçar as capacidades defensivas da própria Ucrânia para dissuadir qualquer invasão futura », continuou.
Por fim, adiantou que vão continuar as discussões para desenvolver uma « coligação de [países] voluntários » [coalition of the willing] para defender um acordo de paz na Ucrânia.
« Nem todas as nações se sentirão capazes de contribuir, mas isso não pode significar que fiquemos de braços cruzados. Os que estiverem dispostos a contribuir intensificarão o planeamento agora, e o Reino Unido está preparado para apoiar esta iniciativa com botas no terreno (soldados) e aviões no ar », enfatizou.
Starmer recusou-se a revelar quais são os outros países que vão fazer parte desta « coligação », mas adiantou que « vários indicaram que querem fazer parte ».
« A Europa deve fazer o trabalho pesado, mas, para apoiar a paz no nosso continente e para ser bem-sucedido, este esforço deve ter um forte apoio dos EUA. Estamos a trabalhar com os EUA neste ponto », disse.
Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Costa diz que UE vai trabalhar com outros parceiros e aliados em plano de paz.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considerou a cimeira internacional de Londres sobre a defesa europeia « útil e importante » e afirmou que a União Europeia (UE) quer continuar a trabalhar com outros parceiros e aliados.
« Esta consulta foi muito útil e importante », disse aos jornalistas à saída do evento, agradecendo ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pela organização.
Costa disse que vai agora trabalhar com todos os líderes dos Estados-Membros da UE para preparar o Conselho Europeu especial na próxima quinta-feira em Bruxelas.
« A União Europeia está pronta para trabalhar com todos os nossos parceiros europeus e outros aliados no plano de paz para a Ucrânia que garanta uma paz justa e duradoura para o povo ucraniano », vincou.
No entanto, Costa também alertou que é necessário « aprender com o passado » e evitar « repetir a experiência de Minsk », uma referência aos acordos de paz fracassados de 2014 e 2015 sobre os territórios ucranianos, e também a retirada dos países ocidentais do Afeganistão, deixando os Talibã assumirem o poder.
« Para isso, necessitamos de fortes garantias de segurança. A paz é um processo que anda de mãos dadas com a manutenção da paz », salientou.
Organizada pelo Reino Unido, a cimeira sobre a segurança europeia reuniu líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também participou, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Com Agência Lusa.