Cerca de 300 pessoas foram detidas na noite passada em várias cidades de França, sobretudo em Paris, durante as manifestações de protesto contra a reforma das pensões defendida pelo chefe de Estado Emmanuel Macron.
De acordo com a polícia francesa, 243 pessoas foram detidas em Paris e outras 53 em outros pontos da França, durante os protestos que eclodiram no país depois de Macron ter superado – por apenas nove votos – a moção de censura motivada pela polémica reforma das pensões.
Na capital, várias centenas de pessoas concentraram-se na segunda-feira perto da Assembleia Nacional durante o debate da moção de censura.
Apesar da primeira intervenção da polícia, os manifestantes dispersaram-se mas mantiveram-se nas ruas da capital.
Registaram-se incidentes na Place de l’Opera onde foram incendiadas grandes quantidades de lixo que se amontoam em Paris devido à greve à recolha de resíduos, desde o início de março.
Paralelamente, o Governo, na tentativa de controlar os diferentes protestos que se registam em todo o país, anunciou hoje de manhã que « vai obrigar os trabalhadores a regressarem ao trabalho » nos depósitos de carburantes do porto de Fos-sur-Mer, Marselha, onde dezenas de postos de gasolina estão sem combustível devido à falta de abastecimento.
Fontes do Ministério da Transição Energética indicaram que a decisão foi adotada para « fazer face ao agravamento na distribuição de combustíveis » no sudeste de França.
Em concreto, a medida impõe o regresso de três trabalhadores por turno para que possam operar nos depósitos de combustíveis de Fos-sur-Mer, sem interrupções, durante as próximas 48 horas.
As instalações de Fos-sur-Mer abastecem a região da Provença, Costa Azul e também da Aquitânia, além de garantir o funcionamento do oleoduto de Lyon.
Todas as refinarias de França estão paradas ou em « processo de suspensão de atividade » por causa das greves contra a reforma das pensões.
O Governo receia que mais postos de abastecimento de combustíveis – a nível nacional – venham a ser afetados.
Vários setores aderiram às greves como os transportes e a recolha de resíduos em várias cidades, incluindo Paris.
A paralisação dos controladores aéreos obrigaram várias companhias de aviação a anular hoje e na quarta-feira, 20% dos voos nos aeroportos de Orly (Paris) e de Marselha.
Os sindicatos franceses convocaram uma nova greve para a próxima quinta-feira contra a lei das pensões que pretende mudar a idade mínima da reforma dos 62 anos para os 64 anos.
Com Agência Lusa.