MNE aconselha portugueses em Moçambique a terem cuidados de segurança redobrados
O Governo português aconselhou hoje os portugueses que se encontram em Moçambique a evitarem ajuntamentos populares e a manterem cuidados de segurança redobrados, face à agitação social que se seguiu às últimas eleições.
“Face à agitação social que se tem verificado em algumas cidades moçambicanas, no rescaldo das últimas eleições, aconselha-se a todos os cidadãos portugueses em Moçambique que evitem ajuntamentos populares e que mantenham cuidados de segurança redobrados”, lê-se na nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disponível no Portal das Comunidades Portuguesa.
O MNE português acrescenta que, em caso de necessidade, estes portugueses poderão contactar os números de emergência consular dos Consulados-Gerais de Portugal na Beira e em Maputo, bem como o Gabinete de Emergência Consular em Portugal.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo (Frelimo) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos, resultados que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos.
Na terceira posição da eleição presidencial ficou Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 5,81%, seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático do Moçambique (MDM), com 3,21%.
O anúncio dos resultados feito na quinta-feira pela CNE aconteceu no primeiro de dois dias de greve geral e manifestações em todo o país convocadas por Mondlane contra o processo eleitoral deste ano, que está a ser marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia nas principais avenidas da capital moçambicana.
Mais de 300 pessoas foram detidas, segundo a policia, e nas ruas e bairros de Maputo, a capital, era visível esta manhã o rasto dos confrontos com os manifestantes que saíram às ruas queimando pneus e cortando avenidas, com forte resposta policial, com blindados, equipas cinotécnicas, lançamento de gás lacrimogéneo e tiros para o ar.
Alfa/ com Lusa