1.º Maio: Precariedade, poder de compra e emigração são prioridades para a UGT
« A nossa comemoração desta efeméride tão querida aos trabalhadores poderá decorrer sob o signo da luta, mas se tal acontecer não será certamente por nossa vontade, porque a preferência pelo diálogo está na génese da UGT », disse Mário Mourão num discurso por ocasião do Dia do Trabalhador.
« A luta [no próximo 1.º de Maio, na rua] acontecerá se os governos e patrões fizerem orelhas moucas aos salários dignos que exigimos para a administração pública, para o setor privado e para o setor empresarial do Estado », disse Mário Mourão, elencando algumas das exigências que os trabalhadores vão fazer durante os próximos meses.
A precariedade, a reposição do poder de compra devido à subida da inflação, os « despedimentos selvagens e injustificados, denominados hipocritamente de rescisões por mútuo acordo » e o impacto das fusões, concentrações ou vendas de grandes empresas foram alguns dos temas passados em revista pelo sindicalista, que alertou também para o « círculo vicioso » que existe na emigração.
« Não é admissível que após anos e anos de investimento por parte dos pais e dos próprios alunos, estes sejam irremediavelmente remetidos para infindáveis desafios da emigração, escolhendo países de acolhimento que, a troco de salário e de condições laborais bem mais dignificantes, beneficiam do investimento feito pelo Estado português, que assim fica mais depauperado », afirmou Mário Mourão.
« O nosso tecido económico não está a conseguir absorver as qualificações profissionais proporcionadas pelo Estado, o que gera um círculo vicioso de onde importa sair imediatamente », alertou o sindicalista.