Portugal complicou a terceira presença consecutiva no Europeu feminino de futebol, ao empatar 1-1 com a República Checa, na primeira mão do último play-off de apuramento, num Estádio do Dragão repleto.
Perante um recorde de 40.189 espetadores num jogo feminino em solo luso, a formação das ‘quinas’ não conseguiu seguir em vantagem para Teplice, onde, na terça-feira, se decidira qual das duas seleções segue para o Euro2025, na Suíça.
As checas adiantaram-se no marcador aos 33 minutos, por Katerina Svitkova, numa primeira parte em que Portugal foi claramente melhor, mas também perdulário, com a ‘magia’ de Kika Nazareth a resgatar o empate, aos 47, numa segunda metade bem menos conseguida da formação de Francisco Neto.
As lusas, que pretendem repetir 2017 e 2022, mostraram maior capacidade técnica, tiveram mais tempo a bola e fizeram muito mais remates, mas perderam quando o jogo foi mais para a parte física, quando a bola andou no ar, como aconteceu no golo das checas.
Em relação à primeira mão do anterior play-off, com o Azerbaijão, ao 4-1 de Baku que quase sentenciou o apuramento luso, a formação das ‘quinas’ apresentou-se com apenas uma alteração, a entrada de Jéssica Silva no lugar da ausente Telma Encarnação.
Assim, Portugal começou em 3-4-3, com Ana Borges, Carole Costa e Diana Gomes à frente de Inês Pereira, as laterais Catarina Amado e Joana Marchão, as médias centrais Andreia Jacinto e Tatiana Pinto e Kika Nazareth nas costas de Jéssica Silva e Ana Capeta.
Mesmo com réplica desde início das checas, que nunca se remeteram à defesa, à formação das ‘quinas’ entrou melhor e teve uma enorme oportunidade logo aos seis minutos, num remate de Andreia Jacinto desviado por Votikova para a barra.
Catarina Amado e Joana Marchão também ameaçaram nos primeiros 10 minutos, as checas equilibraram depois, mas Portugal voltou a criar muito perigo aos 22, por Ana Capeta, cuja ‘trivela’ foi anulada por Bartonova, e aos 24, num remate acrobático de Kika.
Aos 33 minutos, foi, porém, a República Checa a marcar, na sequência de um lançamento lateral de Slajsova, que, na direita, tabelou com Cahynova e centrou para o segundo poste, onde Katerina Svitkova ganhou no ar a Ana Borges e cabeceou vitoriosamente.
Na parte final da primeira parte, a seleção lusa pressionou mais e efetuou vários remates, mas só um com mais perigo, quando, aos 43 minutos, Jéssica Silva cabeceou por cima da barra, depois de um centro da direita de Tatiana Pinto.
Após uma primeira parte errática na finalização, Portugal marcou na primeira ocasião da segunda: aos 47 minutos, Diana Gomes colocou à entrada da área em Andreia Jacinto e esta isolou Kika, que, sobre a esquerda, rematou cruzado e empatou o jogo.
O golo, pensava-se, poderia galvanizar a equipa portuguesa, ser o momento que a equipa precisava, mas nada disso aconteceu e as checas conseguiram equilibrar mais o jogo e ter até alguns momentos de superioridade e com bola no meio-campo luso.
Portugal nunca mais conseguiu oportunidades e foram as checas que tiveram uma enorme ocasião para voltar o comando do marcador, aos 71 minutos, valendo o pé direito de Inês Pereira a parar o remate de Staskova, isolada por Krejcirikova.
As suplentes Diana Silva, aos 73 minutos, Andreia Norton, aos 77, e Stephanie Ribeiro, já aos 90+1, tiveram, depois, as melhores ocasiões lusas para o segundo golo, a par de Diana Gomes, que não chegou por pouco a um canto de Joana Marchão, aos 82.
Por seu lado, as checas foram recuando com o aproximar do final do encontro, mais preocupadas em segurar a igualdade, que lhes confere boas perspetivas de chegar pela primeira vez a uma fase final de uma grande competição. Portugal tem a ‘palavra’.
O encontro da segunda mão está marcado para terça-feira, em Teplice, onde a formação comandada por Francisco Neto vai tentar replicar as presenças nas fases finais de 2017 e 2022.
Com Agência Lusa.