Política externa francesa deve manter-se estável por ser conduzida pelo Presidente
“Evidentemente, o que nós faremos é trabalhar com os governos quaisquer que eles sejam” referiu Rangel, escusando-se a fazer comentários sobre política interna de França.
À margem de uma conferência sobre a União Europeia (UE), em Lisboa, o chefe da diplomacia recordou que “não vai haver mudança de Presidente”. “O Presidente é que conduz a política externa. Portanto, isso também nos dá alguma garantia de estabilidade, mas, sinceramente, estes desenvolvimentos internos, nós, estando no governo não os podemos comentar”, disse aos jornalistas.
O ministro recordou como cabe ao governo trabalhar “em prol da UE e dos portugueses, da comunidade portuguesa em França, da comunidade francesa em Portugal”, que é “muito relevante” atualmente do ponto de vista económico e cultural.
“Não nos vamos pronunciar sobre as suas dinâmicas internas e vamos manter as nossas relações de amizade Estado a Estado”, concluiu.
Na primeira volta das eleições legislativas, o partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês) foi o partido mais votado, com 33% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e dos centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente Emmanuel Macron (22%).
As legislativas francesas foram convocadas pelo Presidente, Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.
Segundo uma sondagem divulgada recentemente pelo instituto Toluna Harris Interactive, após a segunda volta das eleições legislativas no domingo, a 07 de julho, o RN terá entre 190 e 220 lugares, estimativa que é insuficiente para alcançar a maioria absoluta, que exige 289 lugares, o que pode por em causa que o líder do partido, Jordan Bardella, se torne primeiro-ministro.
A Nova Frente Popular poderá obter entre 159 a 183 lugares e a coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês) conseguirá obter 110 a 135 lugares, enquanto os Republicanos conseguirão obter 30 a 50 deputados.
Alfa/ com Lusa