Portugal e as legislativas francesas. O chefe da diplomacia recordou que “não vai haver mudança de PR »”

Política externa francesa deve manter-se estável por ser conduzida pelo Presidente

 

facebook sharing buttonO Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou esperar estabilidade na política externa francesa, uma vez que cabe ao Presidente daquele país conduzir essa área, acrescentando que trabalhará com qualquer governo que resultar das eleições de domingo.

“Evidentemente, o que nós faremos é trabalhar com os governos quaisquer que eles sejam” referiu Rangel, escusando-se a fazer comentários sobre política interna de França.

À margem de uma conferência sobre a União Europeia (UE), em Lisboa, o chefe da diplomacia recordou que “não vai haver mudança de Presidente”. “O Presidente é que conduz a política externa. Portanto, isso também nos dá alguma garantia de estabilidade, mas, sinceramente, estes desenvolvimentos internos, nós, estando no governo não os podemos comentar”, disse aos jornalistas.

O ministro recordou como cabe ao governo trabalhar “em prol da UE e dos portugueses, da comunidade portuguesa em França, da comunidade francesa em Portugal”, que é “muito relevante” atualmente do ponto de vista económico e cultural.

“Não nos vamos pronunciar sobre as suas dinâmicas internas e vamos manter as nossas relações de amizade Estado a Estado”, concluiu.

Na primeira volta das eleições legislativas, o partido de extrema-direita União Nacional (RN, na sigla em francês) foi o partido mais votado, com 33% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e dos centristas Juntos pela República, que integra o partido do Presidente Emmanuel Macron (22%).

As legislativas francesas foram convocadas pelo Presidente, Emmanuel Macron, após a derrota do seu partido (Renascimento) e a acentuada subida da União Nacional (extrema-direita), nas eleições para o Parlamento Europeu de 09 de junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.

Segundo uma sondagem divulgada recentemente pelo instituto Toluna Harris Interactive, após a segunda volta das eleições legislativas no domingo, a 07 de julho, o RN terá entre 190 e 220 lugares, estimativa que é insuficiente para alcançar a maioria absoluta, que exige 289 lugares, o que pode por em causa que o líder do partido, Jordan Bardella, se torne primeiro-ministro.

A Nova Frente Popular poderá obter entre 159 a 183 lugares e a coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês) conseguirá obter 110 a 135 lugares, enquanto os Republicanos conseguirão obter 30 a 50 deputados.

Alfa/ com Lusa

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