Covid-19: Espanha assegura que só vai abrir fronteiras no final de junho
ALfa/Lusa
A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola assegurou hoje que a maioria dos países da UE vai levantar as suas fronteiras « gradualmente » em 15 de junho, e outros, como a Espanha, só o farão no “final de junho », por razões epidemiológicas.
« Queremos fazê-lo de forma coordenada e em cooperação, e evitar movimentos unilaterais », salientou Arancha González Laya em declarações à agência Efe, depois de participar numa reunião com outros 12 ministros dos Negócios Estrangeiros dos países europeus que assinaram o Acordo de Schengen.
Portugal e Espanha já tinham anunciado que irão abrir as suas fronteiras terrestres a partir de 01 de julho próximo.
Segundo González Laya, os ministros concordaram com « o levantamento gradual das restrições nas fronteiras da Europa », um processo que a Espanha tem insistido em realizar utilizando critérios epidemiológicos similares « para proteger a saúde” dos seus cidadãos e sabendo que as restrições que forem levantadas “poderão ser reintroduzidas se a situação sanitária se deteriorar”.
Os países da UE concordaram em 05 de junho último levantar as restrições que estão a aplicar entre si por causa da pandemia, de covid-19 com exceção da Espanha, Portugal, Reino Unido e Suécia.
A decisão foi tomada numa reunião dos ministros da Administração Interna, onde, segundo Arancha González Laya, « uma maioria » dos países deixou claro que levantaria os controlos fronteiriços até 15 de junho, enquanto outros concordaram em fazê-lo « antes do final do mês ».
A Comissão Europeia defendeu hoje, em Bruxelas que as fronteiras internas da União Europeia devem ser reabertas se possível já na segunda-feira, 15 de junho, dada a evolução da pandemia covid-19, admitindo que, no caso de Portugal, esta recomendação seja difícil de aplicar.
Numa conferência de imprensa para apresentação das recomendações da Comissão relativamente ao levantamento “gradual e parcial” das restrições a viajantes de países terceiros a partir de 01 de julho, a comissária dos Assuntos Internos sublinhou repetidamente que as fronteiras externas só podem começar a ser reabertas assim que todas as fronteiras internas já o estejam, e atualizou a recomendação de Bruxelas, que agora propõe que tal suceda “tão cedo quanto possível, já a partir de segunda-feira”.
De acordo com Ylva Johansson, esta nova recomendação da Comissão tem em conta a evolução muito positiva e rápida da situação epidemiológica na Europa e o facto de a generalidade dos Estados-membros da UE estarem “a convergir muito para a data de 15 de junho”.
No caso dos países que não o contavam fazer nessa data, reconheceu que a recomendação de hoje é difícil de aplicar em tão curto espaço de tempo.
Questionado sobre o recente anúncio de que Portugal e Espanha manterão as fronteiras encerradas até 30 de junho, a comissária sueca rejeitou a ideia de que haja falta de coordenação, admitindo que o Conselho de Assuntos Internos da UE ainda na semana passada apontou para o levantamento das restrições internas até ao final do mês, e que só hoje é que o executivo comunitário recomendou que o mesmo tenha lugar mais cedo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 416 mil mortos e infetou mais de 7,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.504 pessoas das 35.910 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.