Portugal é um dos países do euro onde o preço das casas mais subiu na última década

Lisboa , 02/08/2012 - A agência de rating, Fitch, prevê uma baixa de preços no mercado imobiliário nacional. ( Margarida Ramos / Global Imagens )

Habitação valorizou 16,6% desde 2010 até ao primeiro trimestre deste ano, acima da média de 3,3% do grupo da moeda única e também mais do que a média mundial.

Os preços da habitação em Portugal continuam a avançar e o país é hoje o sétimo da zona euro onde estes valores mais sobem desde 2010, imediatamente após os anos da grande recessão internacional e à entrada da crise das dívidas no grupo da moeda única.

Em nove anos, os preços das casas portuguesas aumentaram 16,6%. A subida média no grupo do euro foi de 3,3%, e na média mundial, a valorização foi de 15,4%, segundo dados do Banco Internacional de Pagamentos (BIP).

Os dados da instituição detida por bancos centrais de todo o mundo, divulgados no final da última semana, fazem contas à evolução dos mercados de habitação nas economias avançadas e emergentes após a grande crise financeira internacional dos anos de 2007 a 2009.

O mundo em desenvolvimento oferece o mercado mais aquecido do pós-crise. No topo da tabela está a Índia, onde comprar casa é hoje, em média, 75,6% mais caro do que em 2010.

Ainda assim, o mundo avançado lidera, com uma subida média de 17,6%, contra aumentos de 14,1% nas economias emergentes. Canadá, EUA e Alemanha são países que registam subidas superiores a 30% em quase uma década.

No caso de Portugal, houve uma recuperação mais tardia do que a média das economias avançadas, mas desde que a habitação do país descolou, há dois anos, tem mantido um dos ritmos de crescimento mais rápidos entre os países da zona euro.

No grupo, só Estónia (mais 58,7%), Letónia (mais 45,5%), Áustria (38,3%), Alemanha (30,7%), Lituânia (29,9%) e Irlanda (18,8%) aqueceram mais do que Portugal.

Habitação a divergir do sul

No que toca à evolução do preço das casas, Portugal surge num campeonato muito diferente do dos seus habituais países parceiros do sul, como Espanha – que sofreu uma forte crise imobiliária -, Itália, Grécia e França. Nenhum destes países, assim como a Eslovénia e a Finlândia, saiu até aqui da depressão de preços.

Os dados do BIP vão até ao primeiro trimestre deste ano, descontando sempre a inflação, e apontam para que Portugal mantenha desde final de 2016 uma trajetória de subida de preços mais acelerada do que a da Alemanha, um dos países onde a habitação mais disparou.

No início deste ano, os preços das casas portuguesas estavam a crescer 8,4% na comparação homóloga. Já na Alemanha a valorização era de 3,6%, e na média do euro era de 2,5%.

Ainda assim, apesar da forte dinâmica observável no histórico de preços da análise do BIP, os últimos dados do INE das vendas de habitação em Portugal apontam para uma desaceleração no início deste ano. Em junho, o Banco de Portugal sinalizava também uma moderação a partir da segunda metade de 2018, com menores crescimentos dos preços, das transações e dos novos empréstimos à habitação.

Alfa/DN

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