Alfa – Daniel Ribeiro (opinião)
O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, começou nesta terça-feira, 12/03, a receber os diversos partidos que elegeram deputados (sabendo que ainda não foram contados os votos dos círculos da emigração e, portanto, os resultados finais das eleições ainda não são conhecidos).
O PR vai receber (lentamente) um partido por dia até ao dia 20, quando forem conhecidos os resultados no estrangeiro, altura em que receberá a AD, que foi a coligação vencedora tangencial no dia 10 de março.
Este longo prazo dá jeito a Marcelo porque lhe proporciona algum tempo para refletir nos resultados eleitorais que deixaram quase tudo em aberto e muito incerto, quer em termos de previsibilidade quer em termos da formação de um novo Governo.
Para conseguir uma maioria na Assembleia da República, a AD de Luís Montenegro, que ganhou por pouco no domingo passado em relação ao PS de Pedro Nuno Santos, necessitaria de negociar com o Chega, de André Ventura, que foi certamente um dos grandes vencedores de domingo passado.
Mas tudo parece, por agora, muito complicado porque Montenegro voltou a repetir « não, é não! » quando foi interrogado sobre uma eventual coligação governamental com Ventura.
Nesta altura (terça-feira, 12/03) decorrem contactos de bastidores entre os diversos atores políticos portugueses e o tempo é do Presidente, que está sem dúvida perante um grande e complicado quebra-cabeças político. Veremos o que acontecerá nos próximos dias.
A votação no Chega – mais de um milhão de votos – terá de ser tomada em conta por Marcelo Rebelo de Sousa, que foi no passado um reputado analista político.
Como escreveu um jornal francês, as eleições portuguesas revelaram um Portugal fragmentado.
Veremos no que dará este « tempo de reflexão » que a contagem dos votos dos emigrantes proporciona ao PR Marcelo.
Contudo, nada é de excluir a breve prazo, incluindo novas eleições dentro de poucos meses.