Portugal/Eleições/Resultados finais provisórios: AD vence (28,84%) e PS segundo (28%). Chega vence na emigração

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (D), em audiência com o presidente do Partido Social Democrata (PSD), e líder da AD, Luís Montenegro (E), para o indigitar para primeiro-ministro, no Palácio de Belém, Lisboa, 20 de março de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Luís Montenegro foi indigitado Primeiro-ministro.

Contados os votos da emigração, a AD venceu à tangente, o PS ficou em segundo e o Chega em terceiro, de acordo com os resultados finais ainda provisórios das legislativas de 10 de março. O atual Presidente da Assembleia Nacional, Augusto Santos Silva, perdeu no círculo Fora da Europa e sai da AR. Contados os votos da emigração confirma-se que o Chega venceu nos círculos do estrangeiro

A AD venceu no círculo Fora da Europa obtendo 22,90% (22.636 votos), seguindo-se o Chega, com 18,27% (18.067 votos). Foram eleitos por este círculo José Cesário (AD) e Manuel Magno (Chega).

O PS ficou em terceiro com 14,58% (14.410 votos), um resultado que deixa de fora do Parlamento o atual presidente Augusto Santos Silva.

Neste círculo, o PAN obteve 2,36% dos votos, a IL 1,92%, o BE 1,87%, a Nova Direita 1,48%, a ADN 1,14%, o PCP-PEV 0,76%, o Livre 0,70%, o Volt 0,28%, o Nós Cidadãos 0,26%, o JPP 0,20%, o RIR 0,19%, o Ergue-te 0,12% e o MPT.A 0,10%. Foram considerados nulos 32,38% dos votos.

Pelo círculo da Europa ganhou o Chega e foram eleitos José Dias Fernandes (Chega) e Paulo Pisco (PS). 

Na Europa, o Chega ficou com 18,31 %, ou seja, 42.972 votos. Na segunda posição, O Partido Socialista (PS) ficou em segundo com 38.061 votos. Ambos os partidos elegem um deputado. 38,49% de votos foram considerados nulos neste círculo.

O Chega venceu em dois países europeus – Luxemburgo e Suíça – e o PS ganhou na França, tendo o Chega ficado na segunda posição.

Neste círculo, o BE obteve 2,74% dos votos, a IL 2,44%, o PAN 2,20%, o Livre 1,74%, o PCP-PEV 1,01%, a ADN 0,41%, o Volt 0,32%, o PCTP/MRPP 0,32 %, o JPP 0,24 %, Nós Cidadãos 0,22%, Nova Direita 0,21 %, R.I.R. 0,19%, Ergue-te 0,08% e o MPT.A 0,05%.

No global, o Chega foi o vencedor das eleições nos círculos do estrangeiro, obtendo 18,30% dos votos, o que garante dois deputados: um pelo círculo da Europa e outro pelo círculo Fora da Europa.

A AD foi a segunda força mais votada (16,79% dos votos), ganhando um deputado (círculo Fora da Europa).

O PS conseguiu 15,73% dos votos e um deputado pelo círculo da Europa.

Os resultados finais provisórios foram conhecidos tarde durante a noite, após o registo e escrutínio de 334.005 boletins que decorreu entre segunda-feira e quarta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

No final da contagem, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Anastácio fez um balanço à Lusa, sublinhando o aumento da participação dos eleitores no estrangeiro, na ordem dos 30%, confirmando que os votos nulos rondaram os 40%.

Fernando Anastácio confirmou ainda a eleição de dois deputados do Chega, um deputado do PS e outro deputado do PSD nos dois círculos eleitorais.

 

O presidente do Chega, André Ventura
O presidente do Chega, André Ventura ® ESTELA SILVA/LUSA

Leia aqui um despacho da Lusa sobre as eleições: 

Eleições: Montenegro (primeiro-ministro indigitado) apresenta composição do Governo dia 28 e posse será no dia 02 de abril

 

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, anunciou que apresentará ao Presidente da República a composição do futuro Governo no dia 28 de março, tendo acertado a data da posse com o chefe de Estado para 02 de abril.

Este anúncio foi feito por Luís Montenegro no Palácio de Belém, após uma curta audiência de cerca de 20 minutos com Marcelo Rebelo de Sousa, a segunda em poucas horas, durante a qual foi indigitado como primeiro-ministro.

O presidente do PSD e líder da AD (coligação pré-eleitoral que integrou também o CDS-PP e o PPM) saiu sorridente e fez uma curta declaração à comunicação social para dar conta, em primeiro lugar, de que “o Presidente da República procedeu à indigitação para formar Governo”.

“Era importante fazê-lo hoje – nesta passagem do dia 20 para dia 21 – apesar desta hora tardia, visto que amanhã de manhã [hoje] terei uma reunião com a presidente da Comissão Europeia e com os meus colegas líderes de partidos políticos que compõem o Partido Popular Europeu”, explicou.

O presidente do PSD justificou que, devido a essa agenda, “era inviável” poder ser indigitado durante a manhã e, por outro, “era útil participar nestas reuniões já na condição de primeiro-ministro indigitado”.

“Acertei com o Presidente da República que, de hoje a oito dias, no dia 28, virei apresentar-lhe a composição do futuro Governo, tendo também acertado com ele que a data da tomada de posse será no dia 02 de abril”, disse.

Sem responder a perguntas, Montenegro despediu-se desejando a todos “um bom trabalho e bom descanso”.

“Ver-nos-emos nos próximos dias”, afirmou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou hoje Luís Montenegro como primeiro-ministro, durante uma audiência com o presidente do PSD.

“Tendo o Presidente da República procedido à audição dos partidos e coligações de partidos que se apresentaram às eleições de 10 de março para a Assembleia da República e obtiveram mandatos de deputados, tendo a Aliança Democrática vencido as eleições em mandatos e em votos, e tendo o Secretário-Geral do Partido Socialista reconhecido e confirmado que seria líder da Oposição, o Presidente da República decidiu indigitar o Dr. Luís Montenegro como Primeiro-Ministro”, lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, cerca das 00:20.

O texto foi divulgado após a segunda audiência do dia entre o chefe de Estado e o líder do PSD no Palácio de Belém, que desta vez foi recebido sozinho por Marcelo Rebelo de Sousa, durante cerca de vinte minutos, e ainda antes de terem sido publicados os resultados oficiais do apuramento dos círculos da emigração.

Luís Montenegro tinha sido recebido pelo chefe de Estado a primeira vez na quarta-feira pelas 17:00, na qualidade de líder da AD, num encontro que durou cerca de uma hora e quarenta minutos e no qual esteve acompanhado pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, e pelos dirigentes sociais-democratas Hugo Soares e Paulo Rangel.

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