Portugal « está de braços abertos » para acolher lusodescendentes no ensino superior. O secretário Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apelou hoje à comunidade emigrante portuguesa para que não deixe de apostar na qualificação superior dos seus filhos, garantindo que Portugal « está de braços abertos para os acolher ».
Alfa/Lusa
« Ser português é ser qualificado e culto em Portugal ou em qualquer país do mundo », disse o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, em declarações à Lusa num momento em que os dados oficiais do resultado da candidatura ao ensino superior apontam para um acréscimo de 150 por cento do número de lusodescendentes candidatos a universidades e institutos politécnicos portugueses.
Este ano, para incentivar mais lusodescendentes a candidatarem-se ao ensino superior em Portugal, o Governo realizou sessões de informação com pais e educadores no Brasil, em vários países da Europa, na América do Norte e em África.
Na campanha « Estudar e Investigar em Portugal » desenvolvida em 42 cidades, explicou o governante, foi feito um alerta para que os portugueses apostem na qualificação dos seus filhos, recordando que nem todos os sistemas de ensino superior na Europa e no mundo estão determinados a que todos os estudantes tenham uma oportunidade para prosseguir estudos.
Na verdade, adiantou Sobrinho Teixeira, há países onde a continuidade do acesso a estudos superiores é um pouco vedado ao contexto de nacionalidade, pelo que apela aos portugueses que não desistam de qualificar os seus filhos.
« Não caiam na armadilha de não os qualificar » disse, destacando que este desejo deve prevalecer ainda que exista abertura do mercado de trabalho dos respetivos países para receber os lusodescendentes.
« O país está de braços abertos para qualificar todos, nomeadamente os filhos dos nossos emigrantes », frisou.
A língua portuguesa, explicou, é nos dias de hoje uma mais-valia no contexto mundial, registando um procura por parte de estudantes estrangeiros, que ganham a capacidade de falar com 300 milhões de pessoas no mundo.
Para os filhos e netos de emigrantes portugueses esta mais-valia deve ser encarada como uma ferramenta importante no mercado de trabalho.
« O facto de os filhos e netos de emigrantes continuarem a ser proficientes em português não representa apenas uma relação de saudade ou de capacidade de comunicação com os familiares », disse.
Esta é também uma oportunidade para aperfeiçoarem o português, até porque as instituições de ensino superior têm atualmente esses mecanismos de aprendizagem da língua porque cada vez recebem mais estudantes estrangeiros, salientou.