Portugal. « Expectativas modestas para o turismo no verão ». Mas diáspora portuguesa irá ao país

Agência Moody’s tem « expectativas modestas para o turismo este verão », mas refere que Portugal tem uma « grande diáspora portuguesa ». « Não são alemães ou holandeses a ir para Portugal, são pessoas portuguesas a viver em outros países europeus a viajar não só para ir de férias mas também para ver as suas famílias e amigos », um tipo de viagens « que é um pouco mais resiliente que o turismo puro ».

 

Sarah Carlson, analista da Moody’s, referiu que « Portugal é certamente um dos países mais dependentes do turismo na Europa ».

Com efeito, a analista da Moody’s, Sarah Carlson, disse esta quarta-feira à Lusa que a agência de ‘rating’ tem « expectativas modestas para a época do turismo este verão » em Portugal, antecipando que « as coisas não vão voltar ao normal » já em 2021.

« A trajetória da pandemia é bastante desafiante e temos expectativas modestas para a época do turismo este verão », disse a analista à Lusa, acrescentando que « as coisas não vão voltar ao normal » nessa época.

A analista, que falava à Lusa após a videoconferência « Tendências de Crédito – Oportunidades de Crescimento de Portugal pós-pandemia », organizada pela agência de notação financeira, assinalou, no entanto, que haverá algum nível de atividade turística.

« Certamente esperamos que haja algum nível material de atividade turística e claro que com as vacinações algumas pessoas vão sentir-se muito mais livres para sair, andar de avião, ficar em hotéis ou ir a restaurantes, especialmente nos meses de verão », afirmou.

Segundo Sarah Carlson, o nível normal relativo, por exemplo, às viagens aéreas « levará algum tempo a recuperar », mas há outros fatores que entram na contabilidade, como a forma como se viaja para o destino turístico ou a quantidade de turistas domésticos.

« Portugal não tem tantos turistas domésticos como a França ou Itália, mas ainda tem um número razoável », disse a analista da Moody’s à Lusa, lembrando a « grande diáspora portuguesa ».

« Não são alemães ou holandeses a ir para Portugal, são pessoas portuguesas a viver em outros países europeus a viajar não só para ir de férias mas também para ver as suas famílias e amigos », um tipo de viagens « que é um pouco mais resiliente que o turismo puro ».

Sarah Carlson referiu que « Portugal é certamente um dos países mais dependentes do turismo na Europa », algo que tem « vantagens e desvantagens », mas está numa posição mais favorável que « algumas economias de ilhas, que também têm uma população mais pequena ».

Para o resto do ano, a analista antecipou ainda que os fundos europeus possam chegar « mais para perto do final do ano ».

« O que é mais importante, de uma perspetiva do ‘rating’, é como é que os fundos são utilizados para fomentar o potencial de crescimento a longo prazo », sendo « muito mais fácil gastar o dinheiro e fomentar o crescimento a muito curto prazo, mas os programas de realmente muito boa qualidade terão um impacto positivo » posteriormente.

« O maior problema estrutural é que Portugal tem um crescimento potencial relativamente baixo », referiu, dizendo ainda que « as reformas na educação são sempre algo de que se fala bastante, tal como a requalificação, a manutenção de trabalhadores em áreas diferentes da economia », que poderão ser abordadas pelos fundos.

Article précédentPutin e o cravo do abril português de Navalny. « Ainda há quem defenda Putin? ». Opinião
Article suivantCovid-19/Portugal. Mais 167 mortos e 3.480 infetados. PR Marcelo fala ao país esta noite