Há 100 anos que não havia mais de 10 mil mortes todos os meses – informa o semanário Expresso na sua edição deste fim de semana.
« Desde o início do ano que todos os meses morrem mais de 10 mil pessoas em Portugal, o que é excecional, particularmente nos meses de maio e junho. Só em 1923, no rescaldo da pandemia de gripe espanhola, é que se encontra um padrão semelhante ao deste ano », acrescenta o jornal.
O Expresso indica que « o calor, o frio, a covid-19, a gripe e o envelhecimento são explicações plausíveis para os números elevados, mas há outras hipóteses que não podem ser descartadas, como as consequências de um menor acesso a cuidados médicos durante a pandemia e de um aumento das dificuldades económicas com impacto na mortalidade dos mais velhos. Os especialistas pedem mais dados e um estudo urgente ».
“O envelhecimento não explica tudo. Passa-se algo a nível socioeconómico”, diz o bioestatístico Paulo Jorge Nogueira, bioestatístico e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa que há mais de duas décadas estuda a mortalidade em Portugal.