Portugal não consegue travar estatuto secundário da língua portuguesa no ensino em França

Portugal luta mas não consegue. A ADEPBA (Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros e de África) denunciou há dias a situação discriminatória do português como « língua rara » numa carta ao ministro francês da Cultura, Jean-Michel Blanquer.  (ler artigo especial nesta página da Alfa sobre essa carta). Há muitos anos que Portugal luta contra esta situação do português ser considerado uma língua rara e de imigração em França. Mas insistência de Lisboa não tem resultado.

A luta pela valorização do ensino da língua portuguesa em França é muito antiga neste país, mas sem grandes resultados positivos visíveis para Portugal.

A forma como os franceses olham para a língua portuguesa – bem como a promoção do nosso idioma em França – esteve há poucas semanas no centro dos dos debates dos « Estados Gerais da Lusodescendência », organizados pela associação de luso-franceses, Cap Magellan.

Na altura, o. embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, considerou frontalmente que este é um tema « crucial para o desenvolvimento sustentado da relação bilateral ».

O diplomata declarou, designadamente ser necessária “a mobilização de esforços para que a língua portuguesa ganhe efetivamente a ‘batalha do paradigma’, e deixe de ser vista como uma língua de uma comunidade – ‘une langue d’immigration’ [‘uma língua de imigração’] – assumindo o seu lugar natural entre as ‘deuxièmes’ [segundas] ou ‘troisièmes langues’ [terceiras línguas] a serem aprendidas pelas crianças e jovens em França ».

Pelos vistos, a luta continua.

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