Portugal. PM Costa diz que sem acordo à esquerda haverá crise política. PR Marcelo apela ao diálogo

Orçamento de Estado para 2021. António Costa diz ao Expresso: “No dia em que a subsistência deste Governo depender de um acordo com o PSD, nesse dia este Governo acabou”. Pelo seu lado, o PR Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: “O Presidente não vai alinhar em crises políticas… não contem comigo para isso”, disse o chefe do Estado. Marcelo Rebelo de Sousa insistiu ontem, sexta-feira, dizendo que não se pode colocar “em cima da crise da saúde e da crise económica uma crise política »

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Alfa
Na segunda parte de uma longa entrevista ao Expresso, publicada hoje pelo semanário, o Primeiro-ministro pressiona a esquerda a negociar: “Se não houver acordo, há uma crise política”.
Nesta entrevista ao Expresso, cuja primeira parte foi publicada há uma semana, António Costa assume que a crise será longa, mas recusa “pôr dinheiro em empresas que estavam a falir”.

O Primeiro-ministro pressiona os antigos parceiros da ‘geringonça’: se a esquerda não viabilizar o Orçamento, o Governo cai, e se o PSD o deixar passar com abstenção, não será por via de negociações.

“No dia em que a subsistência deste Governo depender de um acordo com o PSD, nesse dia este Governo acabou”, diz o PM português.

« Se não houver acordo, é simples: não há Orçamento e há uma crise política. Aí estaremos a discutir qual é a data em que o Presidente [da República] terá de fazer o inevitável ».

O primeiro-ministro avisa que se não houver acordo para a aprovação do Orçamento do Estado para 2021 haverá crise política e que, sem entendimento à esquerda, recusará negociar à direita a subsistência do Governo.

António Costa assumiu estas posições numa entrevista que concedeu ao semanário Expresso no passado dia 21, depois de interrogado se haverá risco de austeridade caso o Governo não chegue a um acordo orçamental com o Bloco de Esquerda e com o PCP.

« Nenhum português percebe que perante a enorme gravidade desta crise não haja um esforço para responder de forma positiva », acrescentou António Costa.

Neste contexto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa apelou esta semana ao diálogo entre o Governo e os partidos sobre o OE2021 e avisou que não contem com ele para uma crise política.

“Isso é uma ficção”, afirmou, garantindo que não poderá haver dissolução do Parlamento depois de dia 8 de Setembro (último semestre do mandato do Presidente da República).

“O Presidente não vai alinhar em crises políticas… não contem comigo para isso”, disse o chefe do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu ontem, sexta-feira, dizendo que não se pode colocar “em cima da crise da saúde e da crise económica uma crise política ».

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