HomeAway estima impacto económico do alojamento local em 432 milhões de euros. Este tipo de alojamento já cresce fora das grandes zonas urbanas.
A compra de uma segunda casa faz-se, quase sempre, a pensar nas férias. Mas, com o turismo em alta, são cada vez mais os que compram segunda habitação a pensar nas férias dos outros… e em rentabilizar o investimento. Só neste ano, mostra um estudo da Savills em parceria com a HomeAway, plataforma concorrente ao Airbnb, metade dos que compraram uma segunda habitação fizeram-no com um objetivo: entrar no alojamento local (AL).
« Se antes a compra de um alojamento era sobretudo para uso próprio, atualmente a motivação está também relacionada com a possibilidade de retorno financeiro », conta ao DN/Dinheiro Vivo, Sofia Dias, porta-voz da HomeAway no mercado português.
O estudo, que ouviu 7800 proprietários e 6800 viajantes em Portugal, mas também Reino Unido, EUA, Espanha, Canadá, França, Itália, Holanda, Nova Zelândia e Brasil, mostra uma mudança nas principais motivações para se adquirir um imóvel ao longo dos últimos dez anos, com o uso próprio a ser ultrapassado pelo mercado turístico quando se fala da segunda habitação. « Para os portugueses, as duas principais motivações para alugarem a sua residência secundária são a obtenção de um rendimento adicional (37%) e o suporte de custos de manutenção do alojamento (34%) », acrescenta Sofia Dias, acentuando que « as motivações para os proprietários [entrarem neste mercado] continuam a ser principalmente financeiras ».
Com o turismo em contínuo crescimento em Portugal – vale mais de metade das exportações de serviços e 13,7% do PIB nacional -, a HomeAway admite que o mercado do alojamento local continue em alta, até porque « existem ainda muitas oportunidades para os proprietários que querem abrir o seu próprio negócio e, por isto, o arrendamento a curto prazo deverá manter-se estável ».
AL ganha força fora das cidades
Sofia Dias lembra que, só em 2017, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), dos 25,2 milhões de hóspedes que Portugal recebeu, quatro milhões escolheram o alojamento local. « É um aumento de 28,8%. Neste ano, segundo o Barómetro do Alojamento Local II, realizado pela HomeAway e a Universidade Lusófona, estima-se um impacto económico de cerca de 432 milhões de euros por parte dos viajantes portugueses. »
A análise dá ainda conta de um arrastamento destes negócios para lá das grandes zonas urbanas. « O interior do país está a crescer exponencialmente, e o Alentejo é um bom exemplo disso, no entanto não é o único. Os distritos que registaram um maior crescimento e aumento da procura, em comparação com o ano passado, foram Faro (+53%), Leiria, Beja (+46%) e Coimbra (+34%). »
Apesar da disseminação do turismo por todo o território, os dados de 2018 confirmam uma procura ainda muito dependente do segmento de ‘sol e praia’, com as localidades de maior crescimento da procura a centrarem-se no Algarve. « Altura surge no topo da tabela com +174%, Luz +132%, Vila Nova de Cacela +117%, Manta Rota +111% e Armação de Pera com +89%. »
Alfa/DN/DinheiroVivo