Preço do petróleo sobe mais de 10% depois de ataque a refinarias sauditas

O ataque de drones reivindicado pelos rebeldes iemenitas Huthis atingiu a maior instalação de processamento de petróleo do mundo.

Os preços do barril de petróleo subiram esta segunda-feira, na abertura dos mercados asiáticos, mais de 10%, depois dos ataques no sábado às instalações petrolíferas da Aramco que reduziram para metade a produção de petróleo da Arábia Saudita.

Por volta da 02h00 em Lisboa, nas trocas eletrónicas no continente asiático, o preço do barril de petróleo do Texas (WTI), de referência norte-americana, subiu 9,81%, para 60,23 dólares e o crude do mar do Norte, referência europeia, subiu 11,04%, para 66,87 dólares.

« As tensões no Médio Oriente estão a subir rapidamente, o que significa que este caso [subida do preço do petróleo] continuará a ecoar durante semana », disse à AFP, o analista Jeffrey Halley, da financeira OANDA.

No sábado, ataques com drones já reivindicado pelos rebeldes iemenitas Huthis provocou incêndios em duas instalações petrolíferas do gigante saudita Aramco, no leste da Arábia Saudita

O ataque de drones atingiu a maior instalação de processamento de petróleo do mundo e um grande campo de petróleo, provocando grandes incêndios numa zona vital para o fornecimento global de energia.

O ataque perpetrado com drones provocou incêndios nas instalações petrolíferas da Aramco situadas em Abqaiq e Khurais.

Os Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita, reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015.

As autoridades sauditas estão a investigar o ataque e ainda não identificaram o culpado. O Governo iraniano já negou qualquer envolvimento nos ataques.

O Presidente dos Estados Unidos já reagiu ao ataque afirmando que os norte-americanos estão « carregados e prontos » para responder ao ataque às refinarias sauditas, apontando que, embora pense saber quem é o « culpado », vai aguardar por uma confirmação de Riade.

« As refinarias de petróleo da Arábia Saudita foram atacadas. Há razões para pensar que conhecemos o culpado, estamos carregados e prontos, com verificação pendente, mas estamos a aguardar por notícias do reino [saudita] sobre quem eles acreditam que foi a causa desse ataque e em que termos vamos prosseguir! », escreveu no domingo à noite Donald Trump, na sua conta do Twitter.

Horas antes, Donald Trump autorizou o recurso às reservas de petróleo, « caso seja necessário », para estabilizar os mercados de energia após o ataque às instalações da Arábia Saudita.

Segundo o Presidente norte-americano, apenas a autorização poderia ajudar a evitar um aumento nos preços do petróleo, após o ataque ter levado à suspensão de mais de 5% da produção diária de petróleo bruto do mundo.

 

Alfa/TSF

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