Prejuízos na TAP agravam tensão com o Governo

Transportadora teve um mau primeiro semestre. Tensão aumenta. Estado está insatisfeito com Neeleman e já se procura comprador para a sua posição. Lufthansa e United são hipóteses – informa o jornal Expresso na sua edição deste sábado.

Alfa/Expresso. Por ANABELA CAMPOS E JOÃO VIEIRA PEREIRA

Aprimeira metade do ano correu mal à TAP e isso está refletido nas contas. A companhia apresenta prejuízos elevados no primeiro semestre: 119,7 milhões de euros, os mais altos desde a privatização. Em 2018 os prejuízos da TAP foram de €90 milhões nos primeiros seis meses do ano, o que já era um significativo agravamento face aos resultados negativos de €54 milhões no período homólogo, mas este ano serão ainda piores. Uma má notícia que chega antes das eleições.

O anúncio dos resultados desastrosos estava previsto apenas para 30 de setembro mas foi antecipado ontem, ao fim do dia, depois da empresa ter sido confrontada pelo Expresso. Os resultados estão a ser mal recebidos pelos acionistas (a empresa é detida a 50% pelo Estado). Havia a perspetiva de que este seria um ano diferente para a TAP, cuja maioria do capital foi ‘resgatado’ por António Costa logo no início da legislatura. Em julho deste ano Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração e nomeado pelo Estado, tinha afirmado que havia “perspetivas positivas” para o desempenho da companhia aérea. “A operação da TAP está melhor neste ano e a TAP está melhor preparada” disse à Lusa o chairman da transportadora aérea. A própria TAP se tem esforçado por passar a ideia de que entrou numa nova fase, mais positiva, após ter atingido, em 2018, prejuízos de €118 milhões, resultantes segundo a transportadora de situações macroeconómicas e eventos externos – dos quais destacou o aumento do combustível (+37,6%) – mas também da reestruturação da empresa e da instabilidade laboral que provocou cancelamentos e fretamentos excecionais, resultantes em gastos extraordinários de €41 milhões. Tudo apontava para que a sucessão de maus resultados fosse uma página virada da história da TAP – ainda recentemente foi noticiado que a companhia tinha tido o melhor agosto de sempre, com 1,7 milhões de passageiros transportados, e uma subida de 6,7% no acumulado dos primeiros oito meses do ano face ao período homólogo. Resta saber, o que correu mal. A companhia defende-se com o facto de o primeiro semestre ter sido atípico, e sabe o Expresso, os primeiros três meses comportam a maior parte dos prejuízos, havendo uma recuperação das contas na segunda metade do semestre.

NOVOS PARCEIROS, PROCURAM-SE

Os maus resultados não vêm ajudar ao ambiente de tensão que se vive entre o Estado e David Neeleman – o empresário que juntamente com Humberto Pedrosa detém 45% da TAP, através da Atlantic Gateway, e que é na prática quem tem mandado e definido a estratégia da transportadora desde a privatização. Uma crispação (quase) silenciosa que se tornou visível na sequência da polémica da atribuição de prémios de desempenho a 180 trabalhadores da TAP, no valor de €1,171 milhões, relativos a 2018, um ano de prejuízos.

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