A seleção portuguesa de râguebi foi hoje condecorada no Palácio de Belém, em Lisboa, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que agradeceu, em nome dos portugueses, a histórica participação dos ‘Lobos’ no Mundial de França.
Agradecer por todos os portugueses que vivem em todo mundo. Esses ainda tiveram maior orgulho e alegria do que os que vivem cá, porque, para eles, Portugal é uma cristalização, um conjunto de maravilhas ainda superior às maravilhas que somos e sem aquilo que não temos de maravilha.
Para os portugueses, já não digo os que estavam lá em França, foi mais um dia único na vida deles”, disse Marcelo Rebelo de Sousa à comitiva liderada pelo presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Carlos Amado da Silva.
Em França, os ‘Lobos’ conquistaram o primeiro triunfo de sempre num Mundial, ao baterem as Ilhas Fiji por 24-23, em Toulouse, na despedida da prova, e o Presidente da República fez questão de enaltecer hoje, na Sala das Bicas, em Belém, o “enorme feito” dos atletas, que “encheu de orgulho os portugueses”.
“Depois, também agradecer em nome do desporto português. Não só o que fizeram por nós, por Portugal, pelo nosso orgulho, mas pelo desporto português em geral e pelo râguebi em particular, e pelos mais jovens, que eu vi no Algarve. Miúdos que estão a começar e, para os quais aparece como uma hipótese possível de paixão o râguebi, e não o futebol ou o atletismo ou outra modalidade, como o voleibol ou o andebol, em que temos estado muito bem”, destacou.
Ao contrário de grande parte da equipa técnica e ‘staff’ que acompanhou os 17 jogadores ao Palácio de Belém, o ainda selecionador Patrice Lagisque, que está de saída de funções, marcou presença na receção por videochamada, tendo sido igualmente alvo de umas palavras por parte do governante.
“Devemos-lhe tanto, porque não são só os jogadores que são extraordinários. É o líder e, agora que parte, por imposição da família, deixando-nos mais sós, nunca esqueceremos o que fez pelo nosso râguebi. É excecional”, elogiou o Presidente.
Condecorada a FPR como membro honorário da instrução pública, “por ter dado a Portugal um momento inesquecível de autoestima, amor-próprio e orgulho de sermos portugueses”, como sublinhou o Presidente da República, Carlos Amado da Silva confessou “o prazer e enorme honra” por estar em Belém.
“Estarmos aqui hoje é histórico. É um reconhecimento de um trabalho excecional, que foi feito por um grupo de jovens, alguns menos jovens, talentosos, amadores, comandados superiormente por Patrice Lagisque. Um treinador que escolhi para esta tarefa, que poucos acreditavam, mas que tinha a certeza que conseguiríamos e que nos deixa muito honrados”, avançou o dirigente.
Além de revelar que recebeu “muitos elogios de colegas de outras federações, nomeadamente mais poderosas”, e de agradecer o voto de confiança do Presidente da República, Carlos Amado Silva disse ainda que os lobos “fizeram muito com pouco” e “foram profissionais durante três meses”.
“Deixaram os seus empregos para estar três meses e meio connosco. Em três meses e meio, passámos de uma equipa mediana a uma equipa de topo”, destacou o presidente federativo, pedindo apoio a Marcelo Rebelo de Sousa para a modalidade no sentido de ter condições materiais e um estádio.
Em França, Portugal somou, além do primeiro triunfo em Mundiais, face às Ilhas Fiji, o primeiro empate, frente à Geórgia (18-18), tendo perdido com País de Gales (8-28) e Austrália (14-34), para terminar no quarto lugar do Grupo C, que qualificou para os ‘quartos’ os galeses e as Fiji.
Com Agência Lusa.