Presidente francês não exclui envio de caças de combate para a Ucrânia
O líder francês mencionou que há critérios a ter em conta antes de qualquer decisão, como evitar que o pedido não conduza a uma escalada e não atinja solo russo, “mas ajude o esforço de resistência » e sem « enfraquecer a capacidade do Exército francês ».
« Por definição, nada está excluído », disse Macron, referindo que “é à luz destes três critérios” que a França está a analisar “caso a caso » o envio de equipamento militar, incluindo tanques Leclerc.
« É de acordo com os pedidos que são feitos, mas não de acordo com os rumores que são feitos » que as decisões são tomadas, sublinhou, precisando que o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, é esperado na terça-feira em Paris para se avistar com o seu homólogo francês, Sébastien Lecornu.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse, por sua vez, que « não há tabu, mas que seria um grande passo » se aviões de combate chegassem às forças ucranianas.
Ambos os dirigentes disseram que não receberam nenhum pedido formulado por Kiev, com Rutte a concordar com os critérios mencionados pelo Presidente francês.
Após várias semanas de hesitação, Berlim decidiu na quarta-feira enviar para a Ucrânia 14 tanques Leopard 2, de fabrico alemão, e permitir que outros países europeus forneçam estes carros de combate.
Mas a Alemanha não enviará caças para a Ucrânia, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, no domingo.
Os Estados Unidos comprometeram-se, por sua vez, com o envio de tanques pesados Abrams, enquanto o Reino Unido fornecerá carros blindados Challenger 2.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.