A crise política francesa agravou-se depois de o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, ter anunciado esta segunda-feira que vai acionar o artigo 49.3 da Constituição para aprovar o orçamento da Segurança Social sem votação.
A esquerda radical e a extrema-direita já anunciaram que vão avançar com moções de censura.
Com menos de três meses como primeiro-ministro em França, Michel Barnier e o seu Governo estão em risco de cair.
Michel Barnier optou por não apresentar o projeto de lei de financiamento da Segurança Social a votação, preferindo recorrer ao artigo 49.3 da Constituição que lhe permite tornar viável o texto mesmo sem o voto dos parlamentares.
Num discurso perante os deputados na Assembleia Nacional, Michel Barnier destacou o desejo dos franceses de “estabilidade” e “visibilidade” e responsabilizou o Governo.
“Agora é um momento de verdade que confronta todos com as suas responsabilidades”, acrescentou.
Com esta decisão, Barnier provocou a ira dos deputados franceses. A esquerda radical já confirmou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo e a extrema-direita vai votar a favor.
Os deputados têm agora um prazo de 24 horas para apresentar uma moção de censura. A votação só poderá realizar-se 48 horas após a apresentação da mesma, ou seja, não antes de quarta ou quinta-feira.