Primeiro-ministro francês pede que não se dê « nenhuma hipótese » a grupos ‘jihadistas’

French Prime Minister Edouard Philippe (C) stands guards as he reviews troops at the Elements Francais au Senegal (EFS) force base in Dakar, on November 18, 2019. / AFP / SEYLLOU

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, apelou para que não se deixe « nenhuma hipótese, nenhuma opção » aos grupos ‘jihadistas’ no Sahel, tendo ainda pedido o envolvimento de todos os Estados da África Ocidental.

« Uma coisa é certa: os grupos ‘jihadistas’ beneficiarão, assim que puderem, das nossas fraquezas, falta de coordenação ou insuficiências em termos de recursos, compromissos ou formação », afirmou Edouard Philippe, esta segunda-feira, na abertura do Fórum Internacional de Dacar sobre Paz e Segurança.

Dakar, November 18, 2019. / AFP / SEYLLOU

« Não devemos dar-lhes nenhuma hipótese, nenhuma opção », vincou o governador francês.

Edouard Philippe sublinhou que, em alguns territórios, a ameaça ‘jihadista’ foi, « se não erradicada, pelo menos contida ou reduzida ».

No entanto, referiu que « em outros territórios, essa ameaça está crescendo », em particular « em terrenos com tensões preexistentes » e aproveitando « a corrupção e o tráfico ».

O contexto de segurança no Sahel deteriorou-se nos últimos meses, levando a que se questione a eficácia dos exércitos nacionais e das forças estrangeiras no país, incluindo a operação ‘anti-jihadista’ francesa Barkhane, que mobiliza 4.500 soldados uma área vasta área.

No início de novembro, uma emboscada no leste do Burkina Faso contra um comboio de uma empresa mineira do Canadá matou 38 pessoas, levando mesmo a um luto nacional de três dias.

Um soldado francês que integrava a operação Barkhane também foi morto por um engenho explosivo no nordeste do Mali, um dia depois de um ataque a um campo militar maliano na mesma região ter provocado 49 mortos.

O primeiro-ministro francês assinalou o empenho das forças francesas no Sahel, considerando que « o preço humano e militar » a pagar é « elevado ».

Na semana passada, após reunir-se com os seus homólogos do Chade, Níger e Mali, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou medidas iminentes para melhorar a luta contra os grupos ‘jihadistas’ no Sahel.

Emmanuel Macron espera construir sobre a força conjunta do G5-Sahel, que conta com cerca de 5.000 soldados da Mauritânia, Mali, Níger, Burkina Faso e Chade, e assim complementar a operação Barkhane.

A vontade francesa é que todos os Estados da África Ocidental participem no Pacto de Estabilidade e Segurança anunciado na reunião do G7, realizado em agosto em Biarritz, em França.

« Mesmo que estes Estados não sejam diretamente confrontados com a crescente ameaça terrorista, eles têm parte da solução para a combater », disse Philippe, na sua intervenção.

O primeiro-ministro francês considera que o próximo passo agora é « convidá-los a fazê-lo, num espírito de compromissos recíprocos entre os países da região e os parceiros internacionais ».

Nesse sentido, França apoia o aumento do poder do Exército do Senegal prometido pelo Presidente Macky Sall até 2025, compromisso que comporta um aumento de 20.000 para 30.000 elementos.

Alfa/Lusa

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