PSD vence na Madeira. Sem maioria, pode governar com CDS

Miguel Albuquerque admite « coligação de governo » na Madeira com CDS-PP

Miguel Albuquerque admite coligação de governo na Madeira com CDS-PP

Alfa/Lusa

O líder do PSD da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que um eventual acordo com o CDS-PP para ter uma maioria que permita a governação na Madeira passará por “uma coligação de governo”.

“Será um acordo de coligação de governo”, disse o líder social-democrata madeirense na reação ao resultado das eleições legislativas regionais de hoje na Madeira.

O também cabeça de lista do PSD insular considerou ainda ser “fundamental que os partidos coligados tenham elementos” dentro do executivo para “dar mais consistência à governação”.

Miguel Albuquerque assegurou que já falou com o líder do CDS-PP da Madeira, Rui Barreto, sublinhando que já houve manifestação pública de ambos para uma coligação.

O atual presidente do Governo Regional anunciou também que o possível entendimento acontecerá “no quadro de uma negociação ».

Albuquerque sublinhou que os sociais-democratas estão disponíveis para « governar dentro daqueles que são os princípios doutrinários do partido, defendendo sempre a estabilidade política, o desenvolvimento e os interesses fundamentais” da Madeira, num quadro da autonomia política.

O PSD “mais uma vez ganhou as eleições regionais”, vencendo este ato eleitoral de “forma clara e inequívoca, recebendo a confiança da maioria dos madeirenses e porto-santenses”, afirmou.

Miguel Albuquerque destacou que o PSD da Madeira “manteve exatamente a mesma votação que em 2015”, já que hoje conseguiu 56.448 votos e em 2015 56.569.

“O PSD da Madeira assumirá, mais uma vez, a responsabilidade que lhe foi delegada” pelo voto dos madeirenses e “constituirá governo num quadro de estabilidade parlamentar como sempre defendeu”, afirmou.

Albuquerque prometeu “governar para todos os madeirenses sem qualquer reserva ou discriminação”.

Por outro lado, realçou que “a extrema esquerda e o Partido Socialista mais uma vez foram derrotados na Madeira”.

“Não posso deixar de dizer aos nossos adversários políticos, a quem cumprimento, e desejar que façam um esforço no sentido de cumprir a sua função de oposição com responsabilidade, pensando sempre nos interesses primaciais da Madeira e do seu povo”, realçou.

Questionado sobre o desafio lançado esta noite pelo candidato do PS, Paulo Cafôfo, para uma coligação negativa com outros partidos, afirmou que isso seria “o pior cenário que podia acontecer à Madeira”.

“Tudo faremos, no quadro de uma negociação entre os partidos, para termos um governo de coligação a governar em prol do desenvolvimento integral da nossa terra”, sustentou.

O governante madeirense sublinhou ainda que a esquerda teve “um problema” que levou ao desaparecimento de “todos os partidos pequenos”, à redução “para metade do número de deputados do JPP (de cinco para três), enquanto o PCP “ficou reduzido a um” parlamentar.

Miguel Albuquerque elogiou igualmente a “lição de participação democrática” dada hoje pelos madeirenses ao país neste ato eleitoral para escolher os 47 deputados que compõem a Assembleia Legislativa da Madeira, “aumentando a afluência às urnas”.

“Amanhã vamos iniciar outra batalha”, destinada a ajudar o PSD nacional a ganhar as legislativas nacionais de 06 de outubro e eleger deputados para a Assembleia da República, para “defender a autonomia e o desenvolvimento integral” desta região.

A festa do PSD da Madeira continuou dentro das instalações da sede e estendeu-se à rua, ouvindo-se « Madeira livre, olé » e « Só queremos Miguel a Presidente ».

O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais da Madeira, com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados, depois de apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais.

De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados.

O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares.

A CDU conquista um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos.

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