Putin condecora brigada acusada de atrocidades de Bucha

O Presidente russo atribuiu hoje um título honorífico por “heroísmo” à 64ª brigada de fuzileiros motorizados, que a Ucrânia acusou de participação nas atrocidades cometidas sobre civis na cidade de Bucha, perto de Kiev.

Vladimir Putin assinou, segundo o Kremlin, um decreto conferindo o “título honorífico de ‘Guarda’” àquela brigada, devido ao “heroísmo e à tenacidade, à determinação e à coragem” dos seus homens.

“As ações competentes e decisivas de todo o pessoal [da brigada] durante a operação militar especial na Ucrânia são um modelo de execução do dever militar, de coragem, de determinação e de grande profissionalismo”, escreveu Putin sobre os militares.

O Kremlin não indicou onde está ou para onde foi enviada essa brigada, nem especificou quais as suas missões.

A Ucrânia acusou o exército russo e, em particular, a 64.ª brigada de ter cometido um massacre de civis em Bucha, cidade onde foram encontrados cadáveres espalhados e empilhados nas ruas e em valas comuns, com sinais de tortura e de execução, após a retirada dos soldados russos, a 30 de março.

A Rússia nega e acusa, por seu lado, as autoridades ucranianas e a comunicação social ocidental de terem encenado o massacre, ou as tropas ucranianas de o terem cometido para dele acusarem Moscovo.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 54.º dia, já matou mais de 2.000 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.

 

Com Agência Lusa.

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