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Putin assegurou a Macron que « não tem intenção » de atacar centrais nucleares. Dois presidentes falaram ao telefone neste sábado, 06. Emmanuel Macron transmitiu a Vladimir Putin as suas « preocupações e exigências em termos humanitários e políticos para que ele se comprometa, finalmente, com uma negociação que coloque um ponto final às operações russas », disse fonte do Eliseu aos jornalistas.
« A chamada do Presidente Emmanuel Macron a Vladimir Putin tinha um objetivo principal, que era garantir a segurança das centrais nucleares na Ucrânia. Para além disso, era importante transmitir ao Presidente Putin as suas preocupações e exigências em termos humanitários e políticos para que ele se comprometa, finalmente, com uma negociação que coloque um ponto final às operações russas », disse fonte do Eliseu aos jornalistas.
Segundo o Eliseu, Vladimir Putin respondeu que « não tem intenção » de atacar as centrais nucleares russas, tendo-se mostrado disponível para continuar a cumprir as regras da Agência Internacional de Energia Atómica e rejeitando que as forças russas tenham atacado a central nuclear de Zaporizhia esta semana.
O líder russo disse aceitar uma cooperação mais próxima com o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Mariano Grossi. O dirigente desta organização da energia nuclear reuniu-se esta semana com urgência com Emmanuel Macron.
O chefe de Estado francês frisou ainda que « é necessário que o direito internacional seja plenamente respeitado » e que isso significa que a proteção dos civis « deve ser organizada », permitindo assim ajuda humanitária, nomeadamente rotas de fuga seguras para os ucranianos que desejem abandonar Mariupol.
Ainda segundo fonte do Eliseu, Putin retorquiu que a « responsabilidade é dos ucranianos de deixarem ou não sair as populações das cidades » e Macron disse que o mais correto seria fazer uma « pausa humanitária » nos combates para permitir a saída dessas pessoas.
Os termos do fim da invasão voltaram a ser enumerados por Vladimir Putin ao longo desta conversa de uma hora e 45 minutos, incluindo a desnazificação da Ucrânia, com o líder do Kremlin a repetir também que os seus objetivos serão atingidos « quer por negociações quer através da guerra ».
Tentando novos esforços para negociações, Macron lembrou que isso terá um custo também para a Rússia e que seria melhor voltar à mesa de discussões.
Emmanuel Macron vai falar ainda esta tarde com Volodymir Zelensky e também com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, que esteve em Moscovo no sábado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com as Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Entretanto, foi anunciado que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, vai encontrar-se na terça-feira com o Presidente francês, em Paris, para discutir a situação na Ucrânia, segundo o porta-voz diplomático norte-americano, Ned Price.
O objetivo da reunião com Emmanuel Macron será « prosseguir a coordenação » que os Estados Unidos da América, França e outros países europeus demonstraram na resposta à invasão da Ucrânia com a imposição de sanções sem precedentes à Rússia, adiantou o porta-voz numa declaração.