O Presidente da República destacou hoje que o desporto nasceu com o objetivo de se constituir como “um fator de aproximação e de solidariedade”, e não para ser “um fator de disputa e de ódio”.
À margem de uma visita à Academia Johnson, em Alfragide, Amadora (distrito de Lisboa), Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado se ficou sensibilizado com a forma como o futebol se uniu a propósito do episódio que se passou com o futebolista maliano Moussa Marega, do FC Porto.
“A federação já tinha dado passos. É o mundo da inclusão, é o mundo da solidariedade, e é importante que todos, os clubes também, aqueles que são adeptos dos clubes percebam que o desporto nasceu para ser um fator de aproximação e de solidariedade, não um fator de inimizade, de disputa e de ódio”, sublinhou.
Na ótica do chefe de Estado, “não ver assim é ver o mundo de pernas para o ar”.
Ainda assim, o Presidente da República considerou que “o futebol português está a virar-se para um mundo que é fundamental, que é o mundo da responsabilidade social”, assinalando que “isso é muito importante”.
Na semana passada, o avançado maliano Moussa Marega abandonou o campo após ser alvo de insultos racistas no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, por parte dos adeptos da equipa local, durante o jogo entre Vitória e FC Porto.
Fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou à Lusa a identificação de várias pessoas suspeitas de dirigirem cânticos e insultos racistas a Marega, sem adiantar o número de suspeitos, acrescentando que continua a efetuar diligências para identificar outros envolvidos.
O Ministério Público instaurou um inquérito na sequência deste incidente, que já mereceu a condenação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, entre outros.
Este comportamento configura um crime previsto no Código Penal punido com pena de prisão de seis meses a cinco anos, e uma contraordenação sancionada com coima entre 1.000 e 10.000 euros.
Alfa/Lusa.