Visita de Rei Carlos III a França adiada devido a greves e manifestações violentas
A decisão foi « tomada pelos governos francês e britânico, após uma conversa telefónica entre o Presidente da República e o Rei esta manhã, a fim de poder acolher Sua Majestade o Rei Carlos III em condições que correspondam à nossa relação de amizade », escreveu a Presidência francesa num comunicado, prometendo remarcar a visita « o mais rapidamente possível”.
O Palácio de Buckingham também confirmou, indicando que o monarca e a rainha consorte Camilla « aguardam com grande expetativa a oportunidade de visitar a França, assim que [novas] datas possam ser encontradas ».
Esta seria a primeira visita de Estado do rei de 74 anos, que acedeu ao trono a 08 de setembro, após a morte da mãe, a rainha Isabel II.
Depois da visita a França, de 26 a 29 de março, o rei e a rainha têm planeada fazer uma visita de Estado à Alemanha, de 29 a 31 de março.
O programa do Palácio de Buckingham incluía uma cerimónia para depositar flores no Arco do Triunfo com o presidente, Emmanuel Macron, e a esposa Brigitte, e um discurso do Rei no Senado aos deputados e senadores.
A Rainha Camilla iria abrir a exposição Manet/Degas no Musée d’Orsay e depois estava marcado um banquete de Estado no Palácio de Versalhes.
Carlos III iria depois viajar para Bordéus no dia 28 para uma visita a uma vinha biológica e a um local afetado por incêndios florestais do verão passado.
Porém, nos últimos dias os protestos contra revisão da idade de reforma em França tornaram-se violentos, tendo a entrada do edifício da Câmara Municipal de Bordéus sido incendiada durante a noite.
Em Paris, encapuzados atiraram pedras da calçada, garrafas e foguetes às forças da ordem – que responderam lançando granadas de gás lacrimogéneo -, destruíram mobiliário urbano, partiram vitrinas de lojas e atearam fogo aos sacos de lixo acumulados nas ruas, após mais de duas semanas de greve dos serviços de recolha, obrigando à intervenção dos bombeiros.
A manifestação na capital francesa concentrou 3,5 milhões de pessoas, segundo a central sindical Confederação Geral do Trabalho (CGT), e 1,08 milhões, segundo a polícia.